Aquele
foi um dos dias mais longos da minha vida. As horas iam passando, e aquela onda de pânico que se abatia sobre mim, quando não estava distraída, era
cada vez maior. Passei algum tempo com as crianças, a rir das suas brincadeiras
infantis. Juntei-me a Julia e a Marianne para saber sobre quem coscuvilhavam.
Procurei por Beth, mas ela e Richard tinha saído para passear a cavalo.
Conseguir
encontrar um pouco de paz na biblioteca. Enquanto folheei alguns livros, a
minha cabeça não pensava no James nem nos problemas. No entanto, quanto
terminei a minha leitura e fiquei sem nada para fazer, a minha mente começou a
disparar cenários e pensamentos que me fizeram ficar ainda mais ansiosa, ao
ponto de começar a falar sozinha.
-
Nem sequer conheço o Richard assim tão bem para acreditar na sua palavra. Como
posso eu confiar nele? Ou no James? Não quero pensar que ele não vai voltar e
honrar o seu compromisso. Ele não é capaz de fazer isso, ou será? Tenho de enfrentar a realidade, estou a pôr o meu destino nas mãos de estranhos.
No entanto, ao ouvir a minha voz e o meu discurso absurdo, tomei consciência do caminho decadente que a minha
mente estava a tomar e decidi sair daquele divagar de pensamentos negativos.
Não podia pensar mal do James, realmente não parecia ser esse tipo de pessoa, e
o Richard também não. Tinha de tentar ter um pouco de fé.
Ainda
assim, ao final da tarde, antes de me arranjar para o jantar e temendo que as
coisas corressem mal, arrumei algumas coisas minhas, o essencial, e fui
esconder o saco perto da muralha, do local que tinha usado antes para escapar. Sim,
estava desesperada, o dia estava a chegar ao fim e não havia sinal de James em
parte alguma.
Depois
de fazer o que tinha a fazer, dirigi-me calmamente para os meus aposentos.
Tomei um longo e relaxante banho, vesti um dos meus melhores vestidos, arranjei
o meu cabelo, coloquei umas gotas de perfume no pescoço, belisquei as minhas
bochechas para que parecessem no mínimo rosadas, pois senti que o meu sangue e
calor corporal tinha sido sugados de mim.
Quando
estava a terminar de me arranjar, senti que alguém me observava. Olhei na
direcção da porta do quarto e ela estava encostada. Levantei-me, abri a porta,
espreitei mas o corredor estava vazio. Admito que senti um arrepio subir pela
minha pele acima.
Finalmente
estava pronta para descer até ao salão, para me juntar á minha família e aos
Hastings, que esperavam que James estivesse pronto para dar uma resposta. O
problema é que eu sabia que James não tinha regressado. Ia juntar-me a eles e
estava preparada para mentir, preparada para ganhar algum tempo e depois do
jantar, a meio da noite, estava preparada para ir embora e nunca mais voltar.
Sai
do quarto e cada passo que dava o meu coração acelerava mais. Sentia que, cada
passo que dava, estava a caminhar na direcção errada. Mas tinha de ser feito, aquele
não era o momento para ataques de pânico e correr para as colinas, tinha de
representar bem o meu papel enquanto fosse necessário, tinha de aguentar. Mas seria
eu capaz de aguentar? A poucos metros do salão senti que o ar me estava a
faltar, senti que o espartilho estava a ficar cada vez mais apertado.
Entretanto apareceu a Beth, que vinha á minha procura, preocupada que tivesse
fugido, e encontrou-me assim.
-
Belle o que se passa? – Perguntou preocupada, amparando-me.
-
Não consigo fazer isto… Não consigo respirar. – Disse ofegante.
- O
que aconteceu? Queres que chame alguém?
-
Não por favor, o que iriam dizer se me vissem neste estado… - Respondi tentando
recompondo-me.
Larguei-a,
precisava de espaço, apesar de a sua presença me ter acalmado, precisava de um
momento para me recompor.
-
Fala comigo irmã. – Pediu ela.
-
Não é nada que valha a pena conversar, nada que já não imagines. Dá-me um
instante e volto contigo para o salão. – Pedi, em resposta.
Encostei-me
a uma parede, fechei os olhos e respirei fundo. Estão coisas não tinham nada a
ver comigo. Desde quando deixava eu que o medo me controlasse, e se acontecesse,
desde quando deixava que alguém me visse assim? Apanhei a minha dignidade do
chão, ergui-me daquele ataque de pânico, ajeitei o vestido e o cabelo, dei o
braço á minha irmã e entrámos juntas no salão.
Quando
atravessámos aquelas grandes portas de madeira, queria parecer bem, destemida e
tinha colocado aquela armadura impenetrável de coragem, mas quando olhei para a
mesa e descobri o James sentado na cadeira ao lado da minha, como se nada
fosse, toda a minha fachada caiu por terra.
Ele
tinha regressado, e não tinha ido falar comigo primeiro, como havia
prometido, porque razão estava ele ali sentado, aparentemente calmo enquanto eu
sofria por antecipação? Por um lado senti um alívio ao vê-lo ali, mas por
outro, uma indignação e raiva tentavam apoderar-se do meu espírito.
Acompanhei
a minha irmã até á mesa, ela sentou-se ao lado do Richard, e eu na minha
cadeira, agora ao lado de James. Lord Hastings e o meu pai levantaram-se para
discursar, mas James interrompeu-os, levantando-se, dirigindo-se para o meio do
salão.
- Se
não se importarem, gostaria falar primeiro, para partilhar com todos os
presentes a minha decisão relativamente á proposta que me foi feita. – Pediu
James com todo o respeito e diligência.
-
Claro rapaz, como certamente deves imaginar todos esperam impacientes para
saber quantos casamentos se irão realizar. – Responde o meu pai.
-
Tens permissão James, leva o tempo que for necessário. – Diz Lord Hastings esperançoso.
Olhei
para ele desconfiada e o olhar que ele me devolveu nada revelou. A minha
vontade naquele momento foi ir até ele e esbofeteá-lo repetidamente. O que raio
estava a ele a fazer? Qual era o seu plano?
O espírito da curiosidade insana me possuiu agora. Sim Ou Não parecem respostas previsíveis. Creio que James tem uma carta na manga. Joana, trate de dar a luz a esse cap 16 logo, hein!
ResponderEliminarEu que queria te mandar um link para uma história minha, no meu blog. Posso deixar aqui ou você prefere por e-mail?
Kiss
Vamos ver o que acontece Jon. Pode deixar aqui o link sem problema, assim quem quiser pode visitar também a sua página. Vou ver se consigo começar a ler a sua, Amado Ofensor, prometo. Beijo ;D
ResponderEliminarPuxa vida, Joana! Será uma honra VOCÊ ler a minhas narrativas. Muito Obrigado. Mas não repare. Não escrevo tão bem quanto tu.
ResponderEliminarFica, então, o link:
http://jonparedes.blogspot.com.br/2013/06/meu-amado-ofensor.html