Antes
de sairmos do salão, ficámos para trás propositadamente. Senti que lhe devia
uma explicação e o James não perdeu tempo, e dirigiu-se a mim:
- És
uma das filhas do Lord Carvain? Não te passou pela cabeça que era importante
mencionar isso e que estavas noiva do meu irmão? – Sussurrou ligeiramente
irritado.
- Tu
também não me disseste. Não ia dizer quem eu era a um completo
desconhecido. Podias bem ser um bandido e não ter as melhores das intenções.
-
Que eu saiba, foste tu que me tentaste roubar. – Disse indignado.
Ele
passou a mão pelo cabelo, estava um pouco desorientado com tudo o que tinha
acontecido:
- Eu
não teria…feito o que fiz, se soubesse. – Disse, sussurrando perto do meu
ouvido.
-
Não sei do que estás a falar. – Disse, virando-lhe a cara, fingindo não me
recordar do beijo.
A
conversa terminou e quando nos demos conta, o meu pai e Lord Hastings, que
tinham ficado para trás a discutir algo, olhavam na nossa direcção desconfiados. Aumentamos
a distância entre nós e saímos do salão discretamente. Entrei no meu quarto e
vi o James entrar no último ao final do corredor.
Estava
tão cansada, completamente de rastos, aquela pequena aventura tinha dado cabo
de mim. Estava a precisar de um bom banho e de uma cama bem quentinha, mas a
última iria ter de esperar um pouco, ainda tinha um banquete para enfrentar. A
Beth ficou pronta primeiro, veio ter comigo e ficou de boca aberta quando
viu a nódoa negra que tinha nas costas:
- O
que raio aconteceu naquela floresta Belle?
Olhei
pelo espelho e vi que realmente não era algo muito bonito de se ver:
-
Quando o John me derrubou para evitar que eu apanhasse com a seta, ambos caímos
mal.
- Não
sei como conseguiste aguentar o caminho todo assim… - Disse ela, olhando
horrorizada para as minhas costas.
- Tive de aguentar, o James estava bem pior.
Sabia
que ela estava morta por fazer perguntas. A minha irmã era muito curiosa e
tinha demasiada imaginação. Por vezes era melhor alguém lhe pôr um travão antes
que a sua imaginação voasse demasiado alto.
-
Como é que se encontraram? Quer dizer, parece-me ter sido uma grande
coincidência, dar de caras logo com um dos filhos do Lord Hastings. – Perguntou
curiosa e insinuante.
- Depois
de ir embora, andei dois dias seguidos, estava faminta e cansada quando avistei
o seu abrigo e tentei roubar-lhe o pão mas ele apanhou-me. – Deu-me vontade de
rir ao lembrar-me. – Amarrou-me as mãos e não tive escolha se não ficar com
ele, ao menos tinha abrigo, comida e água. Entretanto fomos atacados e depois
trouxe-me de volta. – Resumi rapidamente.
-
Mas porque voltaste com ele? Obrigou-te?
- Não,
voltei porque quis. Tivemos muito tempo para conversar e foi ele que me
encorajou a voltar e enfrentar o pai.
- Ah
foi? – Disse surpresa. – Parece ter sido uma aventura interessante.
-
Não comeces. – Insisti.
Acabei
de me vestir e aperaltar. Tinha de deixar as calças, pelo menos por alguns dias
enquanto estivéssemos aqui, não ia ter muitas oportunidades de montar. Trocava
agora a roupa menos feminina por um lindíssimo vestido de cores claras, creme e
prateado. Estava a estreá-lo mas tirava-me o fôlego da mesma forma quando o
vi pela primeira vez. Não que a minha família tivesse de se preocupar com
dinheiro, mas quando o meu pai me ofereceu, imaginei que lhe tivesse custado os
olhos da cara.
A
caminho do salão, passando por aqueles corredores frios, de pedra escura,
iluminados por tochas, sentia a tensão aumentar a cada passo, a minha irmã
estava cada vez mais nervosa:
-
Achas que o pai vai mudar de ideias? – Perguntou Beth.
-
Espero que sim, quer dizer, se o casamento for teu e
do Richard todos ficam a ganhar, só não vê quem não quer ver.
-
Não sei o que farei se ele ignorar os nossos argumentos Belle, realmente não
sei. – Diz ela desesperada.
-
Tem calma, ainda não sabemos a sua decisão, não sofras por antecipação. –
Respondi, dando-lhe a mão.
Entrei
timidamente no salão junto com a Beth, ciente de que os homens não eram nem um
pouco dissimulados. Não olhei para ninguém, limitei-me a caminhar atrás da
minha irmã. Não gostava de ser o centro das atenções, por isso esperei até
chegar a porto seguro, a minha cadeira, onde me senti mais á vontade. Olhei em redor, acenei a todos os presentes. Encontrei o olhar do James que me olhava surpreso, como se nunca
tivesse visto uma mulher antes. Sabia que se devia a estar muito mais
apresentável, como uma mulher de classe.
Eita! Esse banquete promete!!!!
ResponderEliminarAgora tudo está nas mãos do Senhor Edward. Uffff! Calafrios!
Como sempre... acabamos um capítulo com vontade logo de ler o seguinte :)
ResponderEliminarMuito bom!!! Beijinhos :)
É bom sinal Sandra, ainda bem. Obrigado por acompanhar e comentar. Beijinhos =D
ResponderEliminarMuito boa história mesmo
ResponderEliminarOi Luiz, muito obrigado por visitar e deixar um comentário. =D
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