terça-feira, 14 de julho de 2015

O Peso do Destino - Cap 49

o peso do destino, fanfic, dark hunters, escrita criativa, contos, historias,Nesse momento senti uma crescente tensão inundar a sala, e o alivio inicial, de ter sido absolvida do primeiro crime, desapareceu por completo. 

Agora as coisas estavam a ficar sérias, e quanto a ser absolvida por matar Artémis, não estava tão segura de que fosse acontecer. Não podia ter assim tanta sorte mais uma vez, não acreditava ser assim tão abençoada pelos deuses.



- Portanto, admites a tua culpa? - Perguntou Zeus.

- Sim.

- E sentes algum arrependimento?

- Não, não poderia sentir qualquer arrependimento. - Afirmei, olhando para Apolo, o irmão de Artémis. 

Ele aparentava estar calmo, quase que indiferente, e eu não sabia se havia de estar descansada ou não. Independentemente disso, ia dizer tudo o que tinha para dizer acerca dela, sem medos.

- Não me posso arrepender de acabar com a vida de quem causou tanto sofrimento e miséria a pessoas que ela jurou proteger e ajudar. Não me posso arrepender de acabar com a vida de quem acabou e arrasou com tantas vidas, e em muitos dos casos foram pessoas que me se são próximas. Ela não merecia menos que o destino que lhe dei.

Podia estar a ser ousada na minha defesa, podia ser um movimento arriscado para mim, mas ao menos estava a ser verdadeira, ninguém podia negar isso. Olhando á minha volta, não consegui detectar julgamento e condenação nos olhares dos presentes. Estaria eu com sorte, e todos concordavam com as minhas acções?

- O que tens a dizer sobre isto Apolo? Como irmão de Artémis, podes decidir qual o castigo que vamos usar para punir Eva. Certamente não podes concordar com a medida que ela tomou!

- Eu não vou decidir castigo nenhum. - Disse, fitando-me. - Por muito que me custe admitir, a minha irmã teve exactamente aquilo que merecia, estava destinado a acontecer, e a sua aliança com Stryker, traindo-nos a todos por uma vingança pessoal, envergonha-me.

- Concordas com isto? - Perguntou Zeus chocado.

- Sim, se ela não o tivesse feito, mais tarde ou mais cedo teria de ser eu a tomar essa responsabilidade nas minhas mãos, Artémis estava fora de controlo há tempo demais. - Admitiu Apolo. - Por vezes, a família é muito mais do que sangue, e a minha irmã não honrava a nossa família, o nosso panteão.

- Ela não tinha nada que interferir aqui. - Diz Zeus irritado, fitando-me. - A vida não era dela para tomar.

- Exactamente por isso, ninguém foi capaz de tomar acção, nem eu nem tu Zeus, e isso foi um erro que gerou muitas consequências. Não estou feliz por ter perdido a minha irmã, mas fico feliz em saber que alguém finalmente decidiu agir. Não podíamos continuar a fazer-nos de cegos quanto ás loucuras e crimes horrendos de Artémis. Não sou o único que partilha dessa opinião.

- Obrigada Apolo...

- Não me agradeças, concordei com as tuas medidas, somos aliados na mesma causa, a paz entre os deuses, mas não penses que sinto alguma simpatia por ti. - Diz Apolo interrompendo-me.

- Eu compreendo e aceito. - Concordei.

Aparentemente todos os outros deuses e deusas concordavam com Apolo, e Zeus viu que não tinha outra opção se não absolver-me de quaisquer acusações.

- Se a maioria concorda com esta loucura, não há nada que eu possa fazer. - Diz Zeus frustrado.

- Sendo assim, a partir de agora tomarei o lugar de Artémis neste panteão e consequentemente a liderança e responsabilidade pelos Predadores, não têm de se preocupar. - Disse, antes que Zeus pudesse fazer exigências ou termos.

- Os Predadores provêm e adoram outras religiões, outros panteões, como posso eu ter a certeza que no futuro não constituirão uma ameaça? - Perguntou Zeus preocupado.

- Têm a minha palavra, se nos deixarem em paz, não constituiremos qualquer ameaça, muito pelo contrário, se tudo correr bem entre nós, o único futuro que vejo é uma aliança proveitosa.

- Os teus termos parecem plausíveis, vou confiar no teu discernimento, e como prova de boa vontade, vais encontrar o templo de Artémis, agora teu, á tua disposição, a tua casa. O caso está encerrado. - Terminou ele.

Depois de tudo aquilo, ele não me dirigiu a palavra, mas vi nos seus olhos, antes de desaparecer, que ele estava satisfeito, orgulhoso até. Isso para mim bastava.

Apesar de desejar sair dali, teria de ficar algum tempo, alguns dias pelo menos para fazer notar a minha presença, autoridade ali. Depois de terminado o julgamento a minha mãe levou-me para o seu templo, onde passámos algum tempo juntas. Ela estava radiante por tudo ter voltado ao normal, eu não teria de me esconder mais, não teríamos de manter a nossa relação em segredo, eu era finalmente livre e ela também.

- Ainda bem que este pesadelo acabou, mas foi insensato da tua parte aparecer aqui, principalmente depois de acabares com Artémis, devias ter-me avisado. - Insistiu a minha mãe com um peso no coração.

- Tive de o fazer, esta situação já se arrastava há tempo demais não achas? Tive de fazê-lo por mim, pelos meus amigos...

- Pelo Acheron... - Diz ela interrompendo-me.

- Sim, principalmente por ele, ele foi a maior vitima de Artémis.

- Agora que está tudo resolvido, tinha imaginado ver a união entre a minha filha e um deus no nosso panteão, e não com esse...

- Não quero que fales assim do Ash, como podes continuar a falar dele desse maneira?

- De que outra forma esperavas que falasse dele? Ele é uma ameaça para nós e não é digno de ti, ponto final.

- Não devia de me chocar esse teu pensamento retrógrado, especialmente quando não sabes do que falas, mãe. Ele é como eu, o seu único crime foi ter nascido, no entanto não me posso comparar, ele sofreu infinitas vezes mais do que eu. Ainda assim, depois de todo esse sofrimento ele podia ter crescido para se tornar num deus cruel, vingativo, podia ter acabado com vocês todos num piscar de olhos e não o fez. O Ash é das melhores pessoas que já conheci, a sua missão é proteger a humanidade, e impediu a própria mãe de lançar a sua fúria no mundo. Como podes pensar mal de uma pessoa assim? - Disse, emocionada.

- Bem, nunca tinha visto as coisas nessa perspetiva, e há coisas que eu não sei sobre ele...

- Quando não sabemos do que falamos, mas vale não falar de todo. - Confirmei ironicamente.

- Pelo que sei, estás ligada a ele agora, por que fizeste isso?

- Como podia não fazer?

- Tu realmente amas esse homem. - Confirmou ela.

- Com toda a minha alma e coração.

- Não vou interferir, podes ficar descansada, só quero ver-te feliz, isso é o mais importante. - Diz ela para me descansar.

- Obrigada mãe.

- Um dia destes podes trazê-lo cá, gostaria de o conhecer.

- Está bem, um dia destes. - Respondi, desejando que esse dia estivesse longe de acontecer.

Após vários dias no Olimpo na companhia da minha mãe, de algum descanso e destruindo o templo de Artémis, agora meu, de forma a eliminar todos e quaisquer vestígios da sua presença, voltei ao mundo real. Era tempo de finalmente dar a cara e apresentar as oficiais mudanças. 

Decidi não avisar, queria fazer uma surpresa. Eu própria apresentava diferenças físicas, os meus olhos eram agora iguais ao de Ash, mudança ativada quando usei os poderes de Apollimy pela primeira vez, apesar de só se manifestar algumas horas depois. Tinha agora também uma marca que ganhei depois de acabar com Artémis e absorver os seus poderes, a marca do duplo arco e flecha no lado esquerdo do pescoço.

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