domingo, 5 de julho de 2015

O Peso do Destino - Cap 47

o peso do destino, fanfic, escrita criativa, contos, histórias, dark hunters,Tinha chegado ao fim a luta pela qual tanto esperámos, agora o beco encontrava-se mergulhado num silêncio ensurdecedor. Virei costas ao corpo de Artémis para encontrar um grupo de predadores surpresos, e sem palavras olhando para mim.

- Acabou, a vitória é nossa. - Declarei.

E nesse momento sim, os urros de vitória ecoaram pela rua. Ash tinha aguentado até ao fim, mas acabou por ficar inconsciente. Transportei-o para a casa do Julian, para o quarto de hóspedes e esperámos enquanto Talon fazia o curativo.




- Posso fazer o curativo, limpar a ferida, mas ele não está sarar, ele não está a regenerar as feridas. - Diz ele preocupado.

- Podem deixar-nos sozinhos um momento? - Pedi.

- Claro.

Porque raio não estava Ash a regenerar? Tentei usar os meus novos poderes mas não serviram de nada. O problema não residia em mim, mas no corpo dele, não estava a responder.

- Nenhuma magia vai ser capaz de reparar o corpo dele. - Diz Apollimy aparecendo do nada.

- Porque não?

- Porque ele não precisa de magia, ele precisa de alimento.

Olhei para ela confusa, não estava a perceber o sentido das suas palavras.

- Alimento?
- Sim, sangue. Não me digas que nunca reparaste que o Ash não partilha o gosto por comida de humanos.

- Bem, realmente agora pensando nisso...

- Não que ele não goste do sabor da vossa comida, mas simplesmente não mata a sua fome. - Esclareceu ela.

De um momento para o outro, tudo começou a fazer sentido. Era por isso que ele me dizia que estava preso a Artémis, que nunca poderia ver-se livre dela, porque ela providenciava o seu sustento.

- Ele alimentava-se dela.

- Sim, e ela dele.

- Mas eu matei-a. - Disse em pânico. - Ele vai morrer.

- Não, não vai. Ele simplesmente precisa de sangue de outra divindade, oferecido de boa vontade. Ele não se consegue curar porque deixou de se alimentar há semanas, acho que ele preferiu definhar em vez de implorar a Artémis por alimento.

- Ele pode alimentar-se do meu. - Disse sem hesitar.

- Estarias disposta a isso? - Perguntou Apollimy surpresa pela minha resposta.

- Sim.

- Percebes que é um grande sacrifício? Vocês ficariam ligados para sempre, e tu terias de te alimentar dele também.

- Agora percebo que ele não queria ser um fardo para ninguém, por isso optou por ficar preso a Artémis. Mas sim, eu faço isso por ele, e não vai ser sacrifício nenhum.

- Realmente amas o meu filho. - Confirmou Apollimy.

- Como poderia não amar. - Conclui.

Fiz um golpe na mão e espremi o sangue para dentro de um copo, e aos poucos fui dando o liquido vermelho á boca de Ash. De inicio ele não estava a reagir mas rapidamente se mostrou faminto e bebeu tudo em menos nada. Apesar da incerteza do meu próprio destino, o grande desejo de ficar ao lado de Ash fazia-me ter esperança, e saber que ele ia ficar bem dava-me coragem para o que planeava fazer a seguir. 

Ele finalmente começou a reagir. Não queria beijá-lo enquanto estivesse adormecido, queria ter o prazer de o fazer com ele bem consciente, por isso depositei um beijo carinhoso na sua testa antes de ir embora. Deixei-o aos cuidados de Julian e Grace e decidi enfrentar o Olimpo, finalmente.

- Onde vais? - Questionou o meu irmão, num tom preocupado, o seu tom habitual.

- Ao Olimpo. - Respondi sem rodeios.

- Porquê? Achas que é sensato?

- Não, provavelmente não mas é algo que tenho de fazer. Não quero passar o resto da minha vida a esconder-me, ou preocupada com caçadores de recompensas. - Esclareci, tomando as suas mãos nas minhas.

- Não me cabe a mim dizer o que deves ou não fazer, só quero penses bem, se é isso mesmo que queres. E se precisares de alguma coisa é só chamar.

- Agradeço a preocupação Julian, e eu também te adoro, mas não acho que te devas preocupar assim tanto. Eles não me podem tocar e se me aborrecerem muito, posso sempre acabar com eles todos. - Brinquei.

- Porque razão será que mesmo a brincar tenho a sensação que estás a dizer a verdade? - Perguntou intrigado.

- Porque estou. - Confirmei.

- Como?

- Tenho os meus próprios poderes, absorvi os de Artémis e Apollimy deu-me os seus. Basicamente é isso. - Revelei.

- Agora entendo, é quase difícil imaginar que pode existir alguém assim tão poderoso, mas tu estás aqui á minha frente.

- Não te preocupes com nada Julian, em menos de nada estarei de volta. - Disse, beijando-o carinhosamente a face e desaparecendo.

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