terça-feira, 30 de junho de 2015

O Peso do Destino - Cap 46

o peso do destino, fanfic, dark hunters, contos, historias, escrita criativa,Depois de uma última bebida, de um último brinde á vitória, saímos para a rua todos juntos, prontos para uma das mais épicas batalhas que alguma vez iríamos assistir. 

Lá fora mais aliados esperavam impacientes, Savitar, Alexion e Danger, Ravyn, Sin, Xypher, e Vane ligou aos irmãos Fang e Fury. Urian queria ter vindo mas Ash não queria fazê-lo lutar contra o seu próprio pai, Stryker. 





Não sabia como é que o Ash tinha obtido a informação sobre o paradeiro do inimigo, mas o que é certo é que ele conseguiu e nós seguimos sem hesitar. Perguntei-me se ele sabia do envolvimento de Artémis.

- Como conseguem eles estar juntos sem se enfraquecerem? - Perguntou o Ash.

- Uma das vantagens dos meus novos poderes. Protegi-os desse efeito. - Revelei.

- Novos poderes? - Perguntou intrigado.

- Depois explico, fica descansado.

Ele ia á frente destemido, ele guiou-nos e nós seguimos sem questionar. Acabou por nos levar até um armazém abandonado, com um pátio enorme, a cerca de vinte minutos do Santuário. Nós esperávamos uma recepção bem mais agitada, no entanto só encontrámos o escuro e o silêncio do edifício. Parecia deserto, mas para os de ouvido e sentidos treinados, estava tudo menos deserto.

Tudo o que se ouvia era o vento atravessando as divisões do edifícios e das suas paredes maltratadas, os barulhos da cidade ao longe, já que esta zona era um pouco isolada, e a ansiedade crescente de cada um de nós. Era isso que o inimigo pretendia, deixar-nos ansiosos, nervosos.

Podíamos não conseguir ver o inimigo, mas ele estava ali, bem á nossa frente, á nossa espera. E em poucos segundo fez-se relevar, emergindo da escuridão dezenas de deamons, com o seu líder Stryker e a sua novo parceira, Artémis. Por incrível que pudesse parecer, a maior parte de nós não se mostrou surpreendida. Eu já tinha dito a alguns, e mesmo o Ash parecia já ter conhecimento da participação dela.

- Finalmente chegou o momento. - Declarou Stryker.

- Acho que queres dizer que finalmente deixas de ser um cobarde e te mostras, após tantos meses a trabalhar nas sombras? - Perguntou Ash cinicamente.

- Sempre com uma resposta pronta, os vossos insultos são de tão baixo nível como vocês. - Diz Artémis.

- Nem sequer te atrevas a dizer mais nada sua cabra, ou as tuas próximas palavras serão as últimas. - Respondi-lhe com uma crescente fúria dentro de mim.

Ela olhou para mim de alto a baixo e riu com desdém.

- Esta amostra de deusa é o teu novo animal de estimação? O teu gosto sempre foi um pouco duvidoso. - Perguntou ela a Ash.

- Sim, começando por ti. - Respondeu-lhe de igual forma.

Ele mal teve tempo de terminar a frase, quando uma das minhas bolas de fogo propositadamente passou a centímetros da cabeça dela.

- Acho que é melhor saltarmos os insultos antes que isto se torne aborrecido. - Diz Stryker, e nisto, sem aviso os seus deamons começam o assalto sem aviso.

Nós não precisávamos de aviso, estávamos mais que preparados, apesar da vantagem numérica do inimigo, eles não eram dignos de nos enfrentar. Aqueles deamons eram três ou quatro para um de nós, mas não constituíam grande ameaça, ali o grande prémio era Stryker ou Artémis. Ash avisou logo que eu e ele tratávamos deles, que os predadores deviam tratar de se livrar dos deamons que fosse aparecendo no caminho.

Ainda que o nosso plano estivesse bem definido, havia sempre a possibilidade de as coisas correrem de forma diferente, independentemente dos planos. Os deamons eram mais do que estávamos á espera, o que dificultou que eu e ele chegássemos aos nosso alvos.

A concentração também não estava do meu lado, ou do dele, porque a preocupação constante pelos nosso amigos que lutavam ao nosso lado, era uma grande distração. Apesar de se estarem a sair bem, de serem guerreiros excecionais, a preocupação não dava tréguas.

Quando avistei uma aberta na direcção de Artémis, ela também se apercebeu e tratou de desaparecer, mas não sem antes atacar o Julian com um raio. Quando o vi cair fiquei em choque, parecia que tudo estava a acontecer em câmara lenta. Corri na direcção dele com o coração nas mãos mas ao aproximar-me, ele começou a levantar-se, cheguei perto dele e certifiquei-me de que estava inteiro. 

Aquele acto de cobardia da desgraçada só tinha servido para me enfurecer mais ainda, ela tinha mesmo um desejo de morrer e eu estava decidia a satisfazê-lo.

O Ash acabou por conseguir chegar a Stryker e entraram num confronto que pareceu mais que desejado de ambas as partes, era um encontro que havia sido adiado por muito tempo, e agora finalmente estava a acontecer. Eu não me meti, percebi que Ash não queria ser interrompido. Eles eram ambos guerreiros excepcionalmente dotados, o estilo de lutar era muito parecido, era uma luta renhida. 

Continuei a ajudar os restantes na esperança de entretanto chegar a Artémis. Esta batalha estava a parecer fácil demais, eu e os predadores eventualmente demos cabo dos deamons e eles cessaram de continuar a aparecer. Stryker começava a sentir-se frustrado pela perda do seu exercito e essa frustração acabou por afetar a sua concentração e Ash tomou partido disso, desferindo um violento golpe em Stryker que o deixou no chão. Nesse momento Artémis apareceu, e não estava sozinha.

Quando Ash a viu segurando Simi pelo pescoço, tudo desmoronou. Ela estava protegida por uma espécie de feitiço que nos impedia de chegar a ela, e como se fosse pouco, atingiu Ash com um raio que o deixou de joelhos, impotente de fazer alguma coisa.

Nesse momento a coisa mudou de figura. Ash entrou num estado de raiva tal que parecia uma besta selvagem enraivecida, indomável. Tentei chamá-lo á razão mas foi inútil.

- Aquela não é a Simi, Ash ela está a tentar enganar-te, ela sabe qual é o teu ponto fraco, não te deixes enganar. A Simi está em segurança. - Gritei, tentando que ele acordasse daquele estado.

Alguns dos nossos, incluindo o Kyrian e o Zarek, tentaram aproximar-se dele, mas foram arremessados para trás pelo amigo cego de raiva. E isso não foi tudo, o próprio Ash começou a mudar, o verdadeiro Ash começou a revelar-se. A sua pele mudou para um tom de azul acinzentado, os seus olhos eram agora de um negro absoluto. Quando me tentei aproximar, na tentativa de o acalmar, Julian impediu-me, colocando-se á minha frente.

- O que pensas que estás a fazer? Não podes aproximar-te dele, viste o que ele é capaz de fazer. - Pediu desesperado.

- Tenho de o fazer Julian, tenho de tentar. Se deixarmos que ele continue assim, que se transforme num monstro, ai sim está tudo perdido. - Respondi igualmente em desespero.

- Bem, não te posso impedir de tentar mas por favor tem cuidado, por favor. Não te arrisques demasiado, se ele te magoar eu mato-o.

- Não o matas nada, sabes perfeitamente que ele não é assim, ele está descontrolado, sem controle nas suas acções Julian. Não te preocupes.

Aproximei-me dele devagar, a pouco e pouco, falando numa voz calma, implorando para que me ouvisse.

- Consegues ouvir-me Ash? Sou eu, a Eva. Por favor, ouve-me. Aquela não é a Simi, é um truque.
Ele estava de joelhos no chão, olhou para mim de repente, os seus olhos eram agora vermelho sangue, e silvou em tom de aviso para me afastar. Estava com medo, não era mais cobarde por admitir isso, ele podia acabar comigo num picar de olhos se bem entendesse.

Eu continuei tentando e mal ele deu por mim, eu estava atrás de si. Agarrei-o por trás num abraço bem apertado. Inicialmente ele debateu-se para se libertar e eu tive uma certa dificuldade em contê-lo, mas não desisti. Tinha prometido a Apollimy que não ia desistir, mas não o fiz só por essa promessa, fiz porque não queria desistir do homem que amava, não estava disposta a perdê-lo.

Ash continuou a debater-se por algum tempo, falando e gritando em atlante para que o libertasse, fazendo mil e uma ameaças, amaldiçoando tudo e todos.

Eventualmente ele acabou por se acalmar, lentamente voltou ao normal, enquanto lhe dizia que estava tudo bem. A sua pele voltou ao seu tom habitual, os seus olhos também. E quando ele se virou para mim é que percebi que ele estava ferido e acabou por tombar nos meus braços. Aquela desgraçada conhecia Ash bem demais, sabia o que fazer, sabia onde atingir. Tanto sabia que conseguiu feri-lo com gravidade, ainda assim ele ficou consciente.

Já estava na hora de acabar com aquela brincadeira. Stryker havido inteligente e ao perceber que não tinha hipóteses desapareceu. Chamei Julian que ficou segurando Ash e avancei para Artémis. Assim que percebeu a minha intenção, aquele sorrisinho ridículo desapareceu logo da sua cara. Estávamos agora frente a frente, pouco metros me separavam da vontade de lhe arrancar a cabeça.

- O teu reinado de tortura e sofrimento acaba hoje sua cabra. - Disse-lhe cara a cara.

- Ohhhh, e quem me vai parar, tu? - Perguntou, fingindo que estava com medo.

- Sim, eu.

- Tu? Não é uma deusa de segunda categoria que vai acabar comigo. É melhor deixares tais aspirações de lado e vai cuidar do prostituto traidor. - Diz ela com desdém.

Aquela tinha sido a gota de água, esperava ter ouvido mal, mas agora não fazia grande diferença, Artémis não ia escapar, ia morrer ás minhas mãos. A nossa luta não se podia chamar de luta, mal tinha começado e já estava a terminar. Ela nem percebeu o que a tinha atingindo. Agarrei-a pelo pescoço com uma mão, e a outra atravessou a sua carne, osso e arrancou-lhe o coração do peito. Artémis agora arquejava e caia de joelhos á minha frente.

- Como...é possível...sua...

Nem deixei ela acabar, ergui a espada retrátil que tinha á cintura e num único golpe separei a sua cabeça do seu corpo.

- Acho que subestimaste esta deusa de segunda categoria. - Terminei.

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