terça-feira, 16 de junho de 2015

O Peso do Destino - Cap 45

o peso do destino, dark hunters, fanfic, escrita criativa, contos, historias,Dormi mal nessa noite, com tanta ansiedade e passei o dia seguinte agarrada ao telefone e fazendo visitas, planeando e magicando a estratégia que iríamos utilizar. Era suposto sentir-me cansada, no entanto sentia o poder de Apollimy, agora meu, correndo nas minhas veias, era uma sensação fantástica. Sentia-me capaz de tudo, que nada me podia parar.

Era um poder como eu nunca havia sentido antes, uma coisa grandiosa, uma espécie de poder antigo, primordial, nada se podia comparar, muito menos os meus modestos poderes. Agora compreendia um pouco mais, conseguia pôr-me no lugar do Ash, perceber o peso do seu poder, e toda a responsabilidade que vinha com isso.




No início da noite, ao aproximar-se da hora e sem receber a última resposta que estava á espera, decidi agir. Dei a ordem para todos se reunirem nas traseiras do Santuário, enquanto ia fazer uma visita de última hora. Encontrei Styxx sentado no seu jardim, apreciando a noite, como se nada fosse.

- Olá. – Disse eu.

- Olá, sabia que vinhas. – Responde ele.

- Se sabes que vinha também deves saber o que vou perguntar. Tens uma resposta para mim?

- Por acaso tenho, estás um pouco atrasada.

- Quer dizer que te juntas a nós? – Perguntei cheia de esperança.

- Sim, ainda que ache que o meu irmão não vá adorar a ideia.

- Estás a fazer algo de bom Styxx, ele vai aceitar, acredita. Pode ficar chocado talvez, mas vai acabar por aceitar.

- Espero realmente que tenhas razão.

E numa questão de segundos estávamos num beco perto do Santuário. Assim que chegámos sentimos a energia no ar, o burburinho que ecoava, vindo do agregado de pessoas ali perto. Tomei logo a precaução de usar os meus novos poderes para proteger os predadores de se enfraquecerem uns aos outros. Era melhor prevenir que remediar.

Eu e Styxx caminhámos na direção da multidão. Multidão que se afastou á nossa passagem, aliviados e contentes pela minha presença e curiosos por saber quem era o estranho com o rosto escondido por um capuz, que me acompanhava.

Já conhecia a maior parte dos presentes e encontrei o sorriso encorajador dos meus amigos mais próximos, como o Kyrian, Talon, Valerius, Wren, Wulf, Nick, até o Vane e o Zarek, e o meu irmão Julian. Mas o sorriso e a cara de surpresa que me fez estremecer e ganhar o dia, neste caso a noite, foi a do Ash. Imaginei que, por esta hora, ele pensasse que eu não viria.

- Eva? Styxx? – Perguntou ele, surpreso – Não tinha a certeza de que virias, já tu, nunca poderia imaginar a tua presença. – Admitiu, olhando de mim para o irmão .

- Já somos dois então. - Respondeu Styxx envergonhado.

- Ela não iria faltar ao encontro que ela própria engendrou, pois não mana? – Gozou o Julian.

- É verdade o que ele está a dizer? – Perguntou-me o Ash.

- Admito que tive ajuda, mas acredito que a maioria dos presentes está aqui, não porque lhes pedi, mas sim pelo mesmo motivo, por ti Ash. – Esclareci com poucas palavras.

- Não te deixaríamos embarcar nesta missão suicida sem nós. – Disse o Talon.

- Nem sei o que vos dizer… desejava mandar-vos para casa, mas acredito que não iriam obedecer. – Riu ele, um pouco envergonhado, por estar assim, no centro das atenções.

- Não vale a pena, até parece que não os conheces. – Confirmei.

- Então e como é que vamos fazer? - Perguntou Valerius.

- Primeiro, esta noite vai ser comprida e pode ser a nossa última luta, por isso deixem-me pagar uma ronda de bebidas. - Pediu Ash.

Todos aceitaram, esta noite o Santuário estava apinhado com os nossos, nunca tinha visto tanto predador junto, mas eles nem se deram ao trabalho de reparar, nem se perguntaram como podiam estar todos juntos. Tal era o entusiasmo para lutar. Estávamos todos reunidos junto ao bar, enquanto o Dev servia as bebidas quando o Ash se aproximou.

- Eu não tenho palavras. Conseguiste mais em poucos meses do que eu consegui em toda a minha existência. - Diz ele, em tom de admiração.

- O que queres dizer? - Perguntei intrigada.

- Tu conseguiste que se unissem, algo que eu não achei que fosse possível acontecer. Cada um deles tem a sua própria agenda, nunca pensei que ajudar-me estivesse nos seus planos.

- Acho que subestimas o respeito e a admiração que os teus homens têm por ti, por tudo o que fizeste por eles. Tu nunca facilitas-te, não és a pessoa mais social ou mais aberta. Eles não são somente os teus homens, são teus amigos também.

Alguns segundos de silêncio, consegui perceber que ele estava ter dificuldades em assimilar o que estava a acontecer.

- Como soubeste? - Questionou.

- O quê? Que tinhas tendências suicidas? Bem, tive um pressentimento e alguma ajuda.

- E Styxx?

- Foi difícil, tenho de admitir, mas depois de uma semana com ele, consegui que abrisse os olhos. - Esclareci.

- Então foi com ele que estiveste aquele tempo todo? Porquê? - Continuou a questionar-me.

- Porque ele ameaçou a minha família, todos vocês, ele queria entregar-me no Olimpo. Claro que pensei em matá-lo mas quando ele revelou que as vossas vidas estavam ligadas, que não o podia matar sem te matar a ti, digamos que fiquei com as escolhas bastante limitadas.

- Tu estavas disposta a entregar-te de livre vontade para nos manter fora de perigo? - Perguntou com grande choque no olhar.

- Estás surpreso? Pensei que já me conhecias.

- Pensei que sim, mas acabas sempre por me surpreender. - Diz ele timidamente.

- Não estaria a fazer nada que tu mesmo não pensaste fazer esta noite. Realmente pensaste que eu deixaria isso acontecer? - Perguntei também um pouco embaraçada.

- Nunca duvidei dos teus sentimentos, ou dos meus, e por todo o sofrimento que te causei, merecia nada menos que o teu desprezo, indiferença. Não sou merecedor da tua gentileza, compaixão. - Baixou o olhar, envergonhado.

Era por esta e infinitas outras razões que eu o amava. Só esperava que esta noite fosse bem sucedida para puder dizer-lhe, para acabar com o seu sofrimento, para lhe entregar a sua liberdade, a sua vida.

- Esta vai ser uma luta difícil, decisiva até, e para mim mais complicada uma vez que vais estar a lutar também, isso já é o suficiente para me distrair. Promete-me uma coisa, por favor, tem cuidado, não baixes a guarda. Se algo te acontecer, nunca me vou perdoar. - Pediu ele preocupado comigo.

- Não te preocupes Ash, não vai ser esta luta que vai ditar o meu destino. - Assegurei.

Mal sabia ele que o meu destino seria decidido após a luta, quando eu fosse deliberadamente visitar o Olimpo.

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