quinta-feira, 21 de maio de 2015

O Peso do Destino - Cap 40

o peso do destino, fanfic, dark hunters, contos, historias, escrita criativa,Depois do confronto, peguei nas minhas coisas rapidamente e transportei-me mesmo para o meio da sala do Julian, onde estava a decorreu a habitual reunião nocturna. 

Os presentes inicialmente assustaram-se com a minha inesperada intrusão, mas ao perceberem que era eu descontraíram. No entanto notaram que eu trazia sinais de luta. O primeiro a levantar-se foi o Ash e a seguir o meu irmão:






- O que raio te aconteceu? Estás bem? – Perguntou o Ash preocupado.

- Estou bem, mas tive uma surpresa desagradável quando cheguei a casa…

- O que foi? – Questionou o Julian, inspecionando se eu tinha tudo no sitio.

- Daemons…

- O quê? – Perguntaram todos os presentes ao mesmo tempo, meio em choque.

- Não sabia que podiam entrar na casa das pessoas sem serem convidados. - Diz o Julian.

- E não podem. – Confirmou o Talon.

- Quantos eram? – Perguntou o Kyrian.

- Três… - Respondi.

- Menos mal. – Acrescentou o Valérius.

- Depois apareceram mais cinco. - Acrescentei.

- Como é que isto pode ter acontecido? – Perguntou o Julian, dirigindo-se ao Ash.

- Não faço ideia, mas claramente a Eva é um alvo… - Concluiu o Ash.

- Como não estava interessada em saber se iam aparecer mais, vim aqui ter assim que terminei com os últimos, que foi bastante rápido…

- Como assim? – Perguntou o Julian.

- Não tenho bem a certeza, usei os meus poderes.

- O que fizeste? – Perguntou o Kyrian.

- É complicado dizer exactamente. Lembro-me que estava muito irritada, fechei os olhos, inspirei e quando voltei a abri-los, foi automático. Estava como que a agarrá-los, a fazê-los contorcerem-se de dor, e no momento seguinte desfizeram-se em cinzas.

Eles olharam uns para os outros e o Talon diz em tom de brincadeira:

- Lembra-me de nunca me meter contigo.

- Ainda bem que estás do nosso lado e não do lado do inimigo… - Acrescentou o Kyrian.

Num momento de caos como aquele, eles tinham sempre alguma coisa cómica para dizer, faltava ali o Nick para ajudar á festa.

- Acho que é melhor ficares aqui em casa alguns dias. – Sugere o Julian.

- Não, isso está fora de questão Julian. Se conseguiram entrar na minha casa também vão conseguir entrar aqui. Não os posso atrair para cá.

- Então o que estás a planear fazer? – Pergunta a Grace, aparecendo á porta da cozinha.

- Não sei ainda, talvez deva afastar-me daqui por algum tempo.

- Não, ficas comigo. – Intervém o Ash rapidamente.

Todos ficaram admirados com a intervenção dele. Obviamente, aquilo era algo fora da sua zona de conforto, e algo que ele simplesmente não fazia. No entanto, apesar da sua boa intenção, tive de recusar a oferta, e não consegui evitar mostrar alguma irritação.

- Obrigado Ash, mas eu também não vou contigo para lado nenhum. O que disse ao Julian serve para ti também.

Não era só uma questão de o proteger, mas eu não podia estar perto dele. Ele tinha dito especificamente que era melhor se estivéssemos afastados. Não era boa ideia passarmos tempo juntos, ia acabar por ser mais doloroso, para ambos.

- Isso não é motivo suficiente, para mim. – Insistiu. - A tua segurança é mais importante.

- Mas é para mim. - Disse, terminando o debate.

Ele não gostou muito que eu lhe tivesse feito frente, especialmente em frente aos seus homens, reparei nisso.

- Posso falar contigo lá em cima? – Pedi educadamente.

Ele acenou e seguiu-me. Quando saímos da sala, ouvi o Kyrian perguntar confuso:

- Perdi alguma coisa? O que raio se passou aqui? 

- Mudanças, grandes mudanças… - Respondeu o Talon.

- Concordo. Acho que finalmente apareceu alguém que consegue domar a fera, nisto digo, o Ash. – Diz o Julian, num tom esclarecedor.

- Nós percebemos. – Concluiu o Kyrian, revirando os olhos.

- Aparentemente ela consegue fazê-lo na perfeição. – Observou o Talon.

Entrámos no quarto de hóspedes e o Ash fechou a porta atrás de si e encontrou-me ligeiramente incomodada.

- O que raio pensas que estás a fazer? - Perguntei.

- O correcto a fazer. - Respondeu calmamente.

- Sabes bem que não é o correcto Ash.

- O que queres dizer com isso?

- Tu disseste-me que era melhor estarmos afastados e agora fazes este pequeno espetáculo em frente deles? – Disse aproximando-me ligeiramente dele. - Achas que eles não repararam?.

- Oh, peço imensa desculpa por te ofender, só estava preocupado contigo e não quero que nada de mal te aconteça. – Diz ele ironicamente. - Apesar de tudo, apesar de manter a distância entre nós, o que sinto não mudou, não penses que não és importante para mim. 

- Não preciso que te preocupes, se é por isso, já vens tarde Ash. Respondi com um certo desdém.

- Caramba Eva, não precisas de tornar isto mais difícil do que já é, não achas? – Responde magoado.

- Eu estou a tornar as coisas mais difíceis? – Disse-lhe na cara – Eu? Eu quero estar o mais longe de ti possível, para tentar tirar-te da minha cabeça e tu queres que eu vá contigo para a tua casa. E eu é que estou a tornar as coisas difíceis? Por amor de Deus Ash, tu é que não sabes o queres. – Disse, revirando os olhos e virando-lhe as costas com intenção de ir embora.

Antes que conseguisse chegar á porta, ele agarra-me pela cintura e fica a abraçar-me por trás em silêncio. Eu estava tão zangada, ressentida com ele, mas amava-o tanto. Sentia as lágrimas acumularem nos meus olhos, mas não estava disposta a deixá-las cair.

- Só quero que saibas que isto não está a ser fácil para mim. – Confessou ele.

- Até pode ser verdade, mas não está a ser tão difícil como é para mim.

- Porquê?

- Porque enquanto eu me debato com o meu sofrimento, tu estás aconchegado na cama de Artémis. Achas que é fácil de suportar? Imaginar a pessoa que…na cama com outra pessoa? – Respondi carregada de dor.

Não lhe dei oportunidade de responder. Desfiz o abraço, sai do quarto, fechando a porta. Desci as escadas e encontrei a Grace na cozinha:

- Como correu?

- Mal, mas isso agora não é o mais importante. Vou afastar-me por algum tempo, se precisarem de alguma coisa chama ou telefona.

- Mas para onde vais?

- Não te posso dizer.

- Mas eu quero saber, tenho o direito de saber, tu és minha amiga, uma irmã por amor de Deus. E se alguma coisa te acontece a ti e não sabemos onde estás?

As palavras dela emocionaram-me e cedi ao seu pedido:

- Está bem, vou para a casa da minha mãe, á saida da cidade.

- Assim fico mais descansada. Cuida de ti Eva, vou ligando.

- Não te preocupes. Despede-te deles por mim, quero evitar mais perguntas, as coisas já estão complicadas que chegue.

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