segunda-feira, 18 de maio de 2015

O Peso do Destino - Cap 39

o peso do destino, fanfic, dark hunters, contos, historias, escrita criativa,Como eu gostaria que ele tivesse ficado ali comigo, todas as coisas que gostaria de lhe dizer, todas as coisas que gostaria de lhe fazer. Mas tinha de começar a mentalizar-me que o Ash estava completamente fora do meu alcance, independentemente daquilo que sentia por ele.


Depois daquele momento decisivo, conclui que devia ver o Ash o menos possível e para começar, decidi parar de ir às reuniões. O Julian depois atualizava-me no final da noite, com todas as novidades e detalhes. Era extremo, mas era necessário. Percebi que realmente o amava, mas que um futuro a seu lado era improvável e eu não queria martirizar-se mais. Por agora era incapaz de separar os meus sentimentos do trabalho que tinha a fazer.




Eu queria o Ash, mais do que alguma vez imaginei querer alguém, e não puder tê-lo, corroía a minha alma, pedacinho a pedacinho, lentamente como a pior das torturas. E estar perto dele tornava a situação mil vezes pior. Não sabia o que fazer. Existiria uma forma mais fácil de contornar um amor impossível, concertar um coração despedaçado e continuar em frente? Se existia a solução, eu estava a ter sérias dificuldades em encontrá-la sozinha.

Três dias depois, uma tarde depois do trabalho passei no café da Mira para pôr a conversa em dia:

- Para ser sincera Eva, sempre soube que entre vocês existia demasiada cumplicidade e não só…consegue-se sentir no ar, é estranho. - Confirmou ela.

- Juro que tenho tentado pensar noutras coisas e tenho trabalhado que nem uma louca para tentar manter a cabeça ocupada, mas é demasiado difícil… Eu não quero afastá-lo, ou esquecê-lo, não quero nada disso. – Disse em sofrimento.

- Lamento muito Eva, tu não mereces isso. Gostas mesmo dele, não gostas? É amor não é? – Perguntou hesitantemente.

- Sim. - Admiti finalmente, em voz alta. - Às vezes sinto que mais vale afastar-me de vez, não aguento isto Mira.

- Não digas isso nem a brincar, sei que é complicado mas não me podes deixar.

As palavras sentidas da minha melhor amiga fizeram-me sorrir.

- Tens a certeza de que não há uma maneira? Quer dizer, a Artémis pode estar a mentir ao Ash, ela tem uma certa fama.

- Eu sei, mas acho que se existisse uma saída ele sabia, de certeza. O que ele mais quer é livrar-se dela.

- Sim, visto dessa forma, tens razão. Não sei mais o que te dizer Eva.

- Não precisas dizer nada Mira. Vou para casa, estou cansada, vemo-nos amanhã?

- Claro, fica bem, liga se precisares. – Diz ela, dando-me um beijo na testa.

Antes de ir para casa, resolvi fazer uma visita a Styxx, para ver como ele estava. Encontrei-o no salão olhando por uma Sfora.

- Olá, como tens passado? – Perguntei.

- Bem, acho eu.

- Vejamos, tens tido desejos de matar o teu irmão? – Brinquei.

- Por acaso – tentando preocupar-me – não, nem por isso.

- Ainda bem, até porque estás com melhor cara e tudo, mais bonito…já pensaste em sair com algumas mulheres?

- Quando é que começámos a discutir a minha vida amorosa? – Perguntou divertido.

- Não sei, desde que te tornaste meu amigo. De qualquer das formas devias considerar… - Insisti timidamente.

- E porquê? Acho que estou bem sozinho. - Confirmou, bastante confiante.

- Isso é o que tu pensas, mas não é a realidade. Qualquer homem precisa de uma bela mulher ao seu lado. De certeza que sentes falta…

- Hey, não vamos falar disso por favor. – Interrompeu ele.

Desatei a rir, ele conseguia ser bem engraçado, especialmente com a confusão que lhe causava ter uma amiga, e mais, uma amiga a dar-lhe conselhos para melhorar a sua vida amorosa. Ele tinha feito uma mudança quase extrema, e uma evolução extraordinária.

- Está bem, está bem, não vou insistir, acho que és capaz de o fazer sozinho.

- E sou.

- …Está bem, veremos. – Disse provocando-o.

- Sou mesmo, um dia destes vou surpreender-te.

Olhei-o carinhosamente e surpreendi-o com as minhas palavras:

- Tu já o fizeste Styxx, no dia em que decidiste abrir finalmente os olhos.

Ele ficou pensativo, mas não estava desanimado, estava orgulhoso de si mesmo.

- Sempre te vais juntar a nós? - Perguntei.

- Quando é que eu disse que ia? - Perguntou ele.

- Não disseste, mas eu sei que vais.

- Talvez, quando já não se aguentarem mais, eu apareço para vos salvar.

- Engraçado, muito engraçado. Bem vou andando, passo aqui outro dia para te massacrar o juízo.

- Mal posso esperar. – Gozou ele.

O Styxx estava tão diferente, e embora eu tivesse ajudado, a maior parte da mudança tinha ele feito sozinho, tinha mérito próprio. Não queria ser convencida, mas estava feliz por ter contribuído para que Styxx tivesse encontrado paz na sua vida.

Estava esfomeada mas sentia-me cansada demais para cozinhar, então passei numa pizzaria a caminho de casa. Ao menos da gula ninguém me podia privar e ia deliciar-me com o “pecado” de pizza que levava comigo, a minha favorita, com fiambre, queijo, camarão e delicias do mar.

Abri a porta de casa e assim que acendi a luz tive uma grande recepção á minha espera, três daemons que atacaram sem hesitar. Só tive tempo de jogar as minhas coisas para o chão e defender-me.
Os três atacaram ao mesmo tempo. Dei um pontapé num deles tentando que chocasse com um dos outros dois. O terceiro desapareceu e materializou-se atrás de mim, agarrando-me pelo braço e arrancando a manga da minha blusa.

Baixei-me, tirei o punhal que tinha dentro da bota, atirei acertando em cheio no peito do que vinha novamente na minha direcção, que se desfez á minha frente. Agarrei no cabide de madeira e enterrei-o no peito do que estava atrás de mim. O último desapareceu com ar de assustado e eu senti-me aliviada por tudo ter terminado.

Infelizmente segundos depois, o daemon que tinha escapado materializa-se na sala com mais cinco companheiros. Aquela invasão de propriedade irritou-me profundamente, nem me mexi, simplesmente inspirei fundo fechando os olhos e quando os abri novamente, fiz uns movimentos com as mãos, como se estivesse a agarrar os daemons, este começaram a contorcer-se de dor, começaram a deitar um estranho fumo, como se estivessem a entrar em combustão espontânea e momentos depois, os seis desfaziam-se em cinzas.

Sem comentários:

Enviar um comentário