quinta-feira, 9 de abril de 2015

O Peso do Destino - Cap 32

Eu não estava a mentir, ele tinha sido o primeiro homem que havia mexido comigo desde então. Ele fazia-me sentir coisas, desejar coisas de uma forma que nenhum outro homem havia sido capaz de me fazer sentir e desejar.


Ele era sem dúvida o Christian Grey na minha história. O Ash era o homem mais bonito que eu havia conhecido até agora, tanto por fora como por dentro, ele era sedutor, misterioso, sério e encantador ao mesmo tempo, intimidativo, tinha um passado cheio de horrores, e ainda assim não tinha deixado que isso tivesse moldado a sua personalidade, o seu carácter, ele era extremamente boa pessoa. 


Não tinha a certeza daquilo que sentia por ele, não sabia se era amor, sentia um grande carinho e preocupava-me com ele e estava consciente de que me sentia bastante atraída por ele, num nível astronómico, mas não sabia ao certo o que isso significava. Sabia que sentia um certo ciúme cada vez que o imaginava com Artémis, isso fazia-me querer degolá-la. Mas eu não era corajosa o suficiente para tentar uma aproximação, tinha receio da sua reação. Não sabia o que raio sentia ele por mim. Não sabia uma série de coisas, o meu mundo era um mundo de dúvidas.

Na noite seguinte, cheguei a casa já um pouco tarde, tinha tido imenso trabalho e sentia-me cansada, no entanto estava esfomeada e como estava sozinha tinha decidido cozinhar tudo o que me apetecesse naquele momento. Tomei um duche, vesti o pijama, o famoso pijama já seco, liguei o meu novo ipod ás colunas e meti a música a tocar enquanto cozinhava.



Com música era tudo mais animado, estava tão descontraída que até me deu para cantar e mexer-me ao ritmo da música. Comecei pela sobremesa, planeava fazer panquecas com molho de chocolate e morangos, e subitamente apeteceu-me esparguete á carbonara, não combinava nada mas era o que me apetecia.

Uma das minhas características era deixar-me levar quando estava a fazer algo que gostava, e este era o caso. Passado um bocado, senti algo estranho, senti-me observada. O meu coração começou logo a bater mais depressa, estava com receio que Styxx tivesse pensado em fazer outra visita. Antes de me virar para trás peguei numa faca, mas assim que o fiz ouvi uma voz que me descansou.

- Sou só eu, não precisas dessa faca para nada. - Diz o Ash num tom animado.

- Não tenho assim tanta certeza. - Brinquei.

Baixei a faca e virei-me para o fitar. Ele estava encostado ás costas do sofá, de braços cruzados e olhar afiado, apreciando o cenário.

- Já estás ai há muito tempo? - Perguntei ligeiramente envergonhada.

- Há tempo suficiente. - Respondeu com aquele olhar malicioso, cheio de segundas intenções.

- Costumas espiar assim as pessoas pela calada?

- Ás vezes, mas também depende da pessoa. - Confessou.

- Depende de quê?

- Se vale a pena espiar.

Revirei os olhos e virei-lhe as costas. Ele provocava-me deliberadamente, como é que isso não havia de mexer com a minha cabeça e com tudo o resto.

- És servido? - Perguntei relativamente ao jantar.

- O quê? - Perguntou surpreso.

Olhei para trás e ele pareceu-me distraído, era óbvio que ele estava a pensar em tudo menos no jantar.

- Perguntei se querias jantar. - Repeti.

- Ah, não obrigada.

Ele deixou-me e foi para o quarto, e eu fiquei a terminar o jantar ouvindo música. Era surreal quanto o ambiente havia mudado sempre que estávamos na mesma divisão, especialmente se estivéssemos sozinhos. E assim se passavam os dias, naquela tortura interminável.

Ele devia andar ocupado com algo importante, pois aparecia menos vezes em casa. O que por um lado não era mau, eu começava a ter imensa dificuldade em agir normalmente com ele por perto, e eu não queria que ele soubesse que andava a ter aqueles sonhos. A minha cabeça parecia querer explodir com tudo o que se estava a passar e com tudo o que tinha descoberto. Era tanta coisa ao mesmo tempo.

Uns dias depois, de manhã quando acordei, lembrei-me que tinha falado com a Carmen e que ela precisava de se animar, pensei em combinar um encontro com as meninas, para passarmos algum tempo de qualidade juntas. Esse pensamento deixou-me um pouco nostálgica, não sabia o que me iria acontecer depois de estar no Olimpo, tinha de aproveitar o tempo que tinha em silêncio, já que não podia revelar a ninguém o que se passava comigo.

Todas confirmaram a sua presença no Santuário para o encontro entre amigas. E algumas delas sabiam que era o local ideal para alegrar a vista a qualquer mulher, ainda que a Mira e a Grace fossem oficialmente comprometidas. O Dev tinha sido um querido e tinha-nos reservado uma mesa num cantinho privado e estava sempre a trazer bebidas, a maioria oferecidas por homens que estavam no bar, deslumbrados com tanta mulher junta.

Quem apareceu mais tarde foi o Talon com o Kyrian e mais dois predadores que ainda não tinha tido o prazer de conhecer, o Wulf e o Vane. Eles eram uma grande alegria para a vista, gostei particularmente do Vane e do seu espírito selvagem, o Wulf era mais reservado. O Ash apareceu no final da noite só para cumprimentar, depois foi logo embora, infelizmente.

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