segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

O Peso do Destino - Cap 26

o peso do destino, dark hunters, dark-hunters, fanfic,Pensei que trabalhar o dia todo fosse manter-me distraída, manter a minha cabeça ocupada, mas o que ocupava a minha mente era decisão que havia tomado antes, para dizer a verdade eu não podia deixar de ficar preocupada com a minha segurança, no entanto a segurança dos meus amigos, da minha família eram mais importantes. Antes de voltar para casa passei á do Julian e só lá estava a Grace, aproveitámos para conversar um bocadinho. 

- Então ele agora vai estar sempre por lá? – Perguntou a Grace. 

- Aparentemente sim, enquanto ele achar necessário. 


- Isso deve ser… 

- Tentador... – Confessei, interrompendo-a.

- Já imaginava, ele tem esse efeito sobre as pessoas á sua volta. 

- Tem, não tem? És esquisito. O que sabemos sobre ele exactamente? 

- Muito pouco, mas parece ser o suficiente, ele é uma excelente pessoa. 

- Eu sei… 

- O que foi? 

- Ele está ali, mas parece tão longe do alcance. 

- Do teu alcance? 

- De todos no geral. - Esclareci. 

- Claro... 

Eu podia confiar na Grace para fazer as minhas confidências, isso não se punha em causa, a questão era que eu não sabia bem o que estava a confidenciar. 

- Está bem... - Admiti. - Não tenho sentimentos românticos por ele... 

- Ainda! - Interrompeu ela. 

- Deixas-me continuar? - Perguntei irritada. 

- Estás á vontade. 

- Não tenho sentimentos românticos por ele. - Repeti. - No entanto, eu sei que existe uma ligação, uma atracção entre as duas partes. Eu não sei o que fazer com isso, é constrangedor. 

- Sei de várias coisas que se pode fazer com essa atracção... - Diz ela em tom de brincadeira. 

- Se ele ficar por lá muito tempo, preocupo-me pela minha sanidade mental, e não só. É tão fácil gostar dele, e isso também me preocupa. 

- Porquê? 

- Porque eu não me posso dar a esse luxo quando ele tem Artémis na sua vida… 

- É verdade, essa deusa tem muito que se lhe diga. 

- Por que é que ele está tão ligado a ela? Sinto que ele não a suporta. 

- Tens de lhe perguntar, não faço ideia. 

- Ele nunca iria querer falar sobre isso, sabes bem que não. 

- Provavelmente. 

- De certeza. 


Uns minutos depois, visto que ficar a pensar naquele assunto não levava a lado nenhum, despedi-me da Grace e fui para casa. Ao chegar á porta do meu apartamento, um cheiro maravilhoso chegou-me ao nariz. Entrei e casa e dei com o Ash a cozinhar, de avental e tudo. 

- Uau, isso cheira maravilhosamente bem. Acho que devias mudar-te para cá permanentemente. – Brinquei. 

- Vou considerar a proposta, se bem que é um pouco oportunista da tua parte, só estares interessada por eu cozinhar bem! – Respondeu igualmente na brincadeira. 

- Oh, sabes bem que não é por isso, aliás tu sabes que gosto da companhia. – Disse, piscando-lhe o olho - Vou tomar um duche para te vir ajudar a terminar o jantar. 

- Já está quase pronto, não te demores que também quero tomar um banho. 

“Podes sempre juntar-te a mim…” Tinha sido uma bela resposta, pensei cá para mim. Como é que, de uma simples conversa podiam surgir tantas segundas intenções? O que raio se passava comigo? De repente senti a cara vermelha e o Ash ficou um pouco sem jeito: 

- Não me demoro. – Disse envergonhada. 

Não me demorei no banho, mas quando me despachei ele já tinha tudo pronto. No entanto a mesa estava posta só para uma pessoa. 

- Não vais comer? - Perguntei ao aproximar-me da mesa. 

- Não, comi antes de vir para casa. - Mentiu. 

- Então não devias ter-te dado ao trabalho por minha causa Ash. 

- Eu não me importo, e não deu trabalho nenhum. - Respondeu com um sorriso. 

Apesar de sentir que ele não estava a ser honesto e não saber o motivo, não tinha o direito de me intrometer, por isso sentei-me á mesa e não o questionei. Ele tinha preparado um belo prato de esparguete á carbonara para mim, parecia e cheirava deliciosamente bem. Depois de tomar um duche rápido, ele regressou para me fazer companhia, sentou-se ao meu lado e conversámos enquanto comia. Quando terminei, ainda tinha espaço para uma sobremesa, por isso fui ao frigorífico e preparei uns morangos, bati umas natas e voltei a sentar-me á mesa. 

Eu tinha uma maneira peculiar de comer esta sobremesa. Geralmente pegava nos morangos inteiros, mergulhava-os naquele maravilhoso creme á mão e devorava-os assim, não gostava de os misturar, a água dos morangos arruinava a textura das natas, ficava tudo aguado. Ele parecia curioso e ao mesmo tempo satisfeito ao ver-me comer. 

- Queres? - Perguntei. 

- Não, obrigado. 

- Nunca conheci uma pessoa que alguma vez tenha rejeitado morangos com natas. 

- Acabaste de conhecer... - Afirmou, sorrindo. 

- Alguma vez provaste? 

- Não me recordo. 

- Então não sabes se gostas ou não! - Insisti. 

- Não, não sei. - Admitiu. 

- Prova um, só um, faz-me a vontade. - Pedi. 

Ele olhou-me com uma expressão de insegurança que eu nunca tinha visto nele, ele sentia-se desconfortável. No entanto a sua expressão suavizou. 

- Se te faz feliz, eu provo um. 

Enquanto ele observava todos os meus movimentos, peguei num morango e mergulhei-o nas natas, não sei porquê mas aquilo fez-me sorrir. Aproximei-me dele, e sem pensar levei o morango aos seus lábios. Ele, obedientemente abriu a boca, mordeu o morango, mastigou e lambeu os restos de natas dos seus lábios, isto tudo sem desviar o seus olhar do meu. 

A conversa que havia tido com a Grace nessa tarde passou rapidamente pela minha cabeça. Não fazia nem um dia que ele se havia mudado para o meu apartamento e já estava a mexer com a minha cabeça, com os meus instintos, com as minhas vontades, e principalmente com a minha imaginação, que corria livremente.

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