segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

O Peso do Destino - Cap 25

o peso do destino, fanfic, dark hunters, dark-hunters,Eu sabia muito bem ao que Styxx se referia, já havia provado que não era parvo nenhum, ele tinha os seus próprios planos, a sua própria agenda e nós íamos descobrir brevemente no que consistia. O Ash não disse nada, mas parecia estar furioso. Dirigiu-se para a porta mas antes de sair, decidi impedi-lo, agarrando-lhe o braço:

- Tenho de te contar uma coisa Ash…

- Eu já sei Eva, eu sei quem tu és. – Respondeu, interrompendo-me.


- Como soubeste? – Perguntei surpreendida.

- Quando a tua mãe te rejeitou á minha frente. - Revelou.

- Mas ela ignorou-me completamente…

- Não, ela estava com medo, com medo da minha presença, por isso ignorou-te á minha frente. De qualquer das formas, eu sempre desconfiei, tu e o Julian são demasiado cúmplices.

Eu sorri, era verdade, e eu agora percebo isso, sempre houve muita cumplicidade entre nós, logo a partir do momento em que nos conhecemos.

- O que vais fazer agora?

- Não sei, mas tenho assuntos para tratar, o meu irmão está a fazer isto de propósito, tenho de o parar antes que seja tarde.

E ao terminar de falar evaporou-se á minha frente. Eu ainda estava demasiado cansada, por isso deixei-me e cair na cama e acabei por adormecer novamente. Acordei passadas algumas horas e pensei logo em ir para casa, não podia ficar ali e pôr em perigo a minha família. 

Levantei-me, vesti-me e peguei nas minhas coisas para ir embora, mas ao descer as escadas de mansinho fui apanhada pelo Julian que me esperava na sala:

- Onde pensas que vais? - Questionou ele, de sobrolho franzido.

Fiquei surpresa e ao mesmo tempo um pouco envergonhada por ter sido apanhada a tentar escapar sem dizer nada.

- Vou para casa, não queria incomodar nenhum de vocês…

- Devias ficar aqui! – Interrompeu-me.

- Não, não devo. Devo ir para a minha casa, imagina que este psicopata vem aqui atrás de mim e vos magoa…não me perdoaria Julian…

- Não quero que fiques sozinha Eva, não é seguro. – Disse preocupado comigo.

- Sou uma deusa Julian, nunca mais vou baixar a minha guarda, não te preocupes. – Disse, beijando-o carinhosamente e saindo porta fora.

Era verdade, eu era uma deusa, era poderosa. O problema era que os meus poderes não estavam desenvolvidos e eu não estava bem preparada para o que havia de vir, mas estava decidida a mudar isso. Nunca mais me apanhariam desprevenida, e da próxima vez que tentassem, de certeza que se iriam arrepender. 

Fui para casa e ao chegar ao apartamento, vi luz por baixo da porta de entrada. Comecei a sentir um grande receio apoderar-se de mim, mas eu não podia deixar isso acontecer. Reuni coragem suficiente, abri a porta e dei com a Simi sentada no sofá a comer pipocas e a ver um filme.

- Simi? – Perguntei.

- Eva, estou tão contente que tenhas regressado. – Disse abraçando-me. – Quando o akri disse que tinhas sido atacada, a Simi ficou muito preocupada.

- Está tudo bem agora. – Disse retribuindo o carinhoso abraço – Mas o que estás aqui a fazer?

- Foi o akri, ele sabia que vinhas para casa sozinha e como de momento não pôde vir, mandou-me para cá para olhar por ti.

Eu nem tinha resposta para dar. Ele sabia tudo, parecia omnipresente e omnipotente, o que raio era ele? Preparei algo para comermos e a Simi acabou por adormecer enroscada em mim no sofá depois de duas horas a ver o canal de vendas, o que me valeu foi ter um bom livro por perto. Também estava prestes a adormecer quando o Ash aparece no meio da sala.

- Portou-se bem a Simi? – Sussurrou ele.

- Sim, ela porta-se sempre bem. – Respondi.

- E tu? Estás melhor?

- Sim, está tudo bem. E tu, por onde andaste? – Perguntei, sabendo que ele talvez não fosse responder.

- Estive a tentar localizar o Styxx, mas infelizmente não consegui. Penso que ele tem ajuda divina…

- Como assim? Que algum deus o está a ajudar?

- É possível.

- Isso não é lá muito bom, pois não? – Perguntei, mesmo já sabendo a resposta.

- De todo.

- Bem, não te preocupes, ele não vai voltar a chegar perto de mim sem que se arrependa… - Afirmei demasiado confiante.

- Se ele tem ajuda… - Diz ele.

- Eu sou uma deusa, ele apanhou-me desprevenida uma vez, não vai voltar a acontecer.

- És assustadora quando falas assim, sabias? – Disse, sorrindo nervosamente.

- Tu não devias ter receio. Não sei o que és, mas aposto que não me posso comparar.

Ele não respondeu. O Ash, quando o assunto era ele próprio, tinha a irritante tendência de não falar, não revelar nada e tentar mudar de assunto.

- Fiz o jantar, se tiveres fome, ainda está quente. – Disse-lhe ela.

- Obrigada, não tenho fome, estou é bastante cansado.

- Podes ficar no outro quarto, ao lado do meu, está preparado. Mas Ash, não tens de ficar aqui a vigiar-me.

- Pois não, mas eu quero, porque mais cedo ou mais tarde, o Styxx vai aparecer por aqui.

- Certo.

Ele acordou a Simi para que ela voltasse para si como tatuagem e depois foi dormir. Eu consegui perceber que ele estava transtornado com aquela situação, mas de momento, não podíamos fazer nada. Também fui dormir minutos depois, mas tive dificuldade em adormecer. Pensei e pensei até não poder mais e tomei uma decisão, possivelmente uma das decisões mais arriscadas da minha vida, mas também uma das mais importantes.

De manhã quando acordei, tomei um duche, vesti-me, deixei o pequeno-almoço preparado para o Ash e chamei pela minha mãe.

Segundos depois encontrava-me no Olimpo, no templo dela:

- Olá querida. – Cumprimentou-me Afrodite, dando-me um beijo na testa.

- Olá. – Disse nervosamente.

- O que se passa Eva? – Perguntou Afrodite preocupada.

- Quero saber como posso despertar os meus poderes.

- Porquê? Se o fizeres todos os deuses ficarão cientes da tua presença.

- Preciso deles, por favor mãe, não faças perguntas, preciso que confies em mim. Se queres ajudar a minha causa, preciso que me digas o que fazer.

- Está bem, vou confiar. Vem comigo.

Dei-lhe a mão e juntas caminhamos para dentro do templo. Afrodite convocou as suas sacerdotisas para o ritual. Nós as duas estávamos agora dentro do círculo formado pelas sacerdotisas, que começaram a entoar uma oração em grego.

Afrodite fez aparecer uma adaga, fez um pequeno corte na palma da sua mão e fez o mesmo na minha. Unimos as mãos e ficámos assim, embaladas pela prece que as sacerdotisas cantavam. Do nada levantou-se uma enorme ventania que formou um remoinho á nossa volta e desapareceu no mesmo instante, antes de mandar uma luz dourada em direcção ao céu.

- Está feito Eva, estás preparada para o que poderá acontecer a partir de agora? - Perguntou ela, num misto de orgulho e receio.

- Sim, estou preparada, não te preocupes. - Assegurei.



O poder que sentia agora correr nas minhas veias era grandioso, palpável. Nunca imaginei que pudesse guardar tanto poder dentro de mim.

Voltei a casa, e encontrei o Ash na sala, sentado no sofá, provavelmente á minha espera. Ele simplesmente levantou olhar na minha direcção.

- Onde foste? 

- Fui visitar a minha mãe.

- Para te dar os teus poderes?

- Se já sabes porque é que perguntas?

- Só para ter a certeza, de qual forma pude sentir no segundo que voltaste á divisão. - Olhando-me com uma certa admiração, excitação no olhar.

- Agora já sabes. - Respondi, desviando o olhar para não denunciar o embaraço que ele causava.

- Vai ser muito mais fácil para os outros deuses, que procuram recompensas, encontrarem-te. A tua presença é muito mais forte.

- A minha mãe avisou-me, mas isso pouco me importa Ash. Temos um psicopata á perna que pode voltar a atacar-me ou pior, atacar os meus amigos e a minha família. Tenho de estar preparada.

- Tenho de concordar, mas eu vou estar sempre por perto.

- Não precisas…

- Preciso…és minha amiga. – Disse com um sorriso tímido.

- Não dizes isso muitas vezes, pois não? – Perguntei.

- O quê? – Perguntou confuso.

- Chamar alguém de amigo…

- Não, não o faço muitas vezes.

- Logo vi. Bem, tenho de ir trabalhar, vemo-nos mais logo.

- Até logo.

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