sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

O Peso do Destino - Cap 24

o peso do destino, fanfic, dark-hunters, dark hunters, historias,Aquela noite tinha sido muito divertida e tinha-se revelado excitante, apesar do incidente com o Ian, do qual nunca mais me lembrei. Só podia ser um sinal, um sinal que afinal ele não era assim tão importante. No final da noite, já estava tudo arrumado, cada um para o seu lado. O Ash foi embora com a Simi, o Nick levou a Mira e eu acompanhei o Julian e a Grace, já que a casa deles ficava de caminho.

A caminho do meu apartamento, sozinha caminhando pela rua, rodeada pela ausência de vida, senti algo no ar, algo frio e intenso, mas não dei muita importância. 



Ao passar pelo beco escuro da fábrica abandonada, o silêncio deu lugar aos risos maléficos das criaturas da noite, risos que faziam arrepiar. Ali estava eu parada naquele beco e da escuridão surgiram aquelas criaturas perversas, vi-me de repente e do nada, rodeada por daemons. Mantive-me segura de mim, apesar de saber que estava claramente em desvantagem. Como é que uma noite tão boa, na companhia dos amigos, se tinha tornado numa possível luta pela minha vida? 

Sem avisar, começaram a atacar, sem parar, sem me darem oportunidade de respirar ou pensar no que fazer. Aquilo enfureceu-me demasiado e quando isso acontecia, por vezes, ficava um pouco descontrolada, desfazendo tudo o que me aparecesse pela frente.

Inicialmente consegui dar conta do recado, restavam simplesmente dois daemons, mas eu estava exausta de tanto lutar. Do nada, senti uma presença ameaçadora aproximar-se, por momentos pensei que fosse o Ash. Era exatamente igual a ele, com os seus óculos de sol, estilo, tudo. Fiquei mais descansada:

- Ash…ainda bem que apareceste, um pouco tarde mas vieste…

Ele não me respondeu, o que achei estranho. Tirou os óculos que lhe escondiam o olhar, eu vi que não eram os mesmos olhos, aquele não era o Ash e tinha-me feito baixar a guarda. No momento em que me apercebi, já era tarde demais. Esta misteriosa personagem fica ali parada a assistir enquanto um dos daemons me lança um raio astral, com mesma arma que havia ferido o Ash antes. 

Senti a mais dolorosa dor que jamais havia sentido em toda a minha existência, e antes de apagar soltei um grito de sofrimento, que quase de certeza teria sido ouvido nos confins do planeta.


Acordei e só me consegui lembrar da dor que havia sentido e dos olhos da outra pessoa, do outro homem igual ao Ash, que me fitava com indiferença. Tinha sido tão estúpida ao baixar a minha guarda, tão estúpida. O que posso dizer? Pensar que o Ash estava ali comigo tinha sido o suficiente para me descansar, para me distrair. Isto nunca me tinha acontecido antes.

Olhei em redor e sentei-me na cama. Estava sozinha no quarto, olhei para o espelho e aparentemente estava tudo bem, a única coisa visível era uma queimadura feia nas costas, mas acabaria por desaparecer. Sentei-me na cama enrolando-me no lençol, apercebi-me de que não tinha nada vestido, o que me deixou um pouco preocupada. Bateram á porta eu recuperei a compostura:

- Sim?

O Julian entrou com a Grace e ambos se sentaram na cama junto a mim, muito preocupados:

- Como estás? – Perguntou-lhe o irmão.

- Estou bem…

- O que aconteceu? – Perguntou a Grace.

. Não sei bem…depois de me despedir de vocês segui o meu caminho e fui atacada.

- Por quem? – Perguntou de novo o Julian.

- Daemons, mas não é isso que me preocupa…

- Então? 

- Apareceu lá outra pessoa…e atacou-me com a mesma arma que feriu o Ash…

- O quê? – Perguntou o Julian chocado.

- Sim. Já falaram com ele? - Perguntei.

- Sim, ele está lá em baixo na sala.

- Tenho de falar com ele… - Disse insegura.

Eles acenaram, saíram do quarto, mas antes de fecharem a porta tive de perguntar á Grace:

- Grace…? – Disse, olhando para o lençol.

- Fui eu, não te preocupes. – Respondeu a amiga.

Suspirei aliviada. Puxei o lençol para cobrir o meu corpo e dirigi-me á janela. É óbvio que não ia dizer ao Julian que tinha encontrado alguém igual ao Ash, e muito menos que por isso tinha-me deixado enganar, mas pelo menos queria algum esclarecimento, ele devia-me respostas.

De certa forma sentia-me desconfiada, insegura, com medo das resposta pelas quais tanto ansiava. Só existiam duas opções para o que tinha acontecido na noite passada, ou o Ash tinha um irmão gémeo ou era mesmo ele. Quem me garantia a mim que ele não sofria de algum transtorno de dupla personalidade e ainda ninguém tinha dado conta? Eu desejava estava estar errada relativamente á segunda opção.

A minha cabeça estava a mil com tantas questões e teorias. Entretanto, minutos depois batem á porta e o Ash espreita:

- Como estás? – Perguntou com um ar de preocupado.

O meu instinto foi, primeiro enrolar-me no lençol, depois olhá-lo com desconfiança e posicionar-me pronta a atacar:

- Onde estavas ontem á noite?

- Porquê? – Perguntou confuso.

- Fiz uma pergunta, limita-te a responder. – Ordenei em tom de ameaça.

- Estava em casa com a Simi…mas porquê?

...

Ele soube que algo de estranho se tinha passado na noite anterior, pois nunca tinha visto a Eva assim. Até podia considerar aquilo extremamente sexy, o seu estilo dominador, se não fosse ela estar a falar com ele num tom acusatório e o facto de estar com um mau pressentimento.

... 

- O que se passou Eva? – Perguntou ele de novo.

- Fui atacada ontem á noite por deamons…

- Sim, continua.

- Depois apareceu alguém que pensei que fosses tu e depois fui atingida pela mesma arma pela qual foste atacado.

- O quê? – Perguntou chocado.

- Sim, foi isso mesmo. Se não queres que me vá a ti explica-me, tens algum irmão gémeo, um fã demasiado aficcionado, ou tens dupla personalidade e atacaste-me.
...

Inicialmente ele achou piada á parte dela se ir a ele e quase que começa a sorrir, mas a cara dela não era de contente, por isso decidiu-se por dar atenção á situação que tinham em mãos.
...

Ele ficou sério, começou a deambular, claramente preocupado. Depois parou de súbito aproximou-se de mim, suspirando quase, com medo de ser ouvido:

- Só pode ser uma pessoa…

- Quem?

- O meu irmão, o Styxx, o meu gémeo…

- Um gémeo? O que é que ele quer de mim?

- Não sei, não pode ser coisa boa. Apesar de ser meu irmão, temos de ter cuidado com ele.

- Não me digas? – Disse eu ironicamente.

O Ash aproximou-se e posou a mão nas minhas costas nuas, então a queimadura horrenda começou a desaparecer. O toque dele na minha pele era magnífico, suave, delicioso…mas não era altura para pensar nestas coisas.

- Lamento imenso pelo que te aconteceu. - Diz ele envergonhado pelos actos do irmão.

- A culpa não é tua Ash.

- Ele disse alguma coisa? – Perguntou ele.

- Sim…não falou comigo directamente, mas através da mente.

- O quê?

- Ele disse que se tu não eras capaz de fazer as tarefas que te foram atribuídas, ele teria todo o gosto em terminar por ti.

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