domingo, 28 de dezembro de 2014

O Peso do Destino - Cap 20

o peso do destino, fanfic, dark hunters,Não estávamos á espera de visitas, muito menos á espera de visitas divinas.

- E se decidires aparecer e eu tiver com pessoas normais?

- Então quem tens cá hoje? – Perguntou Afrodite, pois pelo que Julian havia dito, percebeu que não eram “pessoas normais” que lá estavam naquela noite.

- É o Ash e uma amiga, a Eva, mas podiam não ser eles…


- Vejo que te continuas a relacionar com esse…com o Ash… - Disse fazendo má cara.

- Sim mãe e vou continuar a dar, independente daquilo que possas dizer, não vou deixar de ser amigo dele só porque vocês lá em cima não gostam dele…isso a mim não me assiste! – Respondeu firmemente.

- És mesmo filho do teu pai…mudando de assunto, e a rapariga que tem ela de especial afinal?

- Não sabemos ainda.

- Não sabem? Como não sabem?

- Ela é um mistério, um grande ponto de interrogação…tem habilidades fantásticas mas não sabe nada acerca do seu passado, da sua família biológica…

- Oh…interessante! - Mostrou-se surpresa.

- Ela está ali na sala que a quiseres conhecer…

- E porque haveria eu de querer tal coisa? – Perguntou quase indignada.

- Porque pode ser que saibas de algo, que ela te lembre alguém, estamos seriamente desconfiados que ela tem algo de divino. – Disse em tom de brincadeira.

- Muito bem.

Na sala tínhamos ouvido a conversa que vinha da cozinha, era impossível não ouvir já que era mesmo ali ao lado, mas tentámos fazer de conta que não se passava nada assim que Afrodite e Julian entraram na sala. Aquele foi um momento tenso. Assim que os nossos olhares se cruzaram foi como se o mundo tivesse sido abalado por um sismo de infinita magnitude.

Aquela mulher…era a mulher dos meus sonhos, a tal que eu por vezes pensei que poderia ser minha mãe, mas que achava impossível, pois não podia sonhar com alguém que nunca havia conhecido. Afrodite também não ficou indiferente, consegui sentir que sim, mas ambas ficámos sem reacção, ali em frente dos outros. Então o Julian quebrou o gelo:

- Esta é a Eva, mãe…

- Ela parece normal…não sinto nada demais! – Disse friamente antes de desaparecer.

Fiquei chocada com tal reacção, tinha cometido um erro, de certeza ao ter pensado que a minha mãe poderia ser alguém assim, quando eu não o era de maneira nenhuma. Por um lado fiquei aliviada.

- Desculpem pela falta de educação da minha mãe! – Pediu o Julian.

- Eu estou habituado, não ligo muito! – Disse o Ash completamente indiferente.

- Ela pareceu-me um pouco estranha! – Disse a Grace.

- Ela é estranha Grace, nenhum deles lá em cima é normal! – Concluiu o Julian.

Eu escolhi não me prenunciar. Acabei por ficar essa noite na casa do Julian, já era tarde e já estava aconchegada no sofá.

A meio da noite acordei, não estava a conseguir dormir decentemente, então levantei-me e fui á cozinha petiscar qualquer coisa para amansar o estômago.

Estava a saquear o frigorífico quando atrás de mim vi novamente um clarão, o que me deixou assustada. Fechei o frigorífico e com o pacote de leite na mão fui espreitar á sala.

Eu bem que espreitei mas não vi lá ninguém, então comecei a rir de mim mesma, já andava a ver coisas, isso era sinal que estava a ficar maluca.

Voltei para trás para a cozinha e dei de caras com Afrodite atrás de mim, assustando-me, fazendo-me dar um salto e mandar o leite pelo ar, mas por sorte consegui conter um grito para não acordar toda a gente.

Com a mão no coração, finalmente falei:

- O que faz aqui? O Julian está a dormir…

- Não vim falar com ele, vim falar contigo! – Disse interrompendo-me.

- Comigo? Sobre o quê? – Perguntei curiosa.

Afrodite olhou-me de maneira completamente diferente daquela que havia feito nessa tarde. Tinha agora um olhar emocionado, em vez de frio e indiferente, e eu tinha o coração aos pulos, mas não derivado ao susto:

- Não consegues sentir porque estou aqui? Esta tarde não sentiste nada ao ver-me pela primeira vez? – Perguntou-me.

- Senti, senti que a conhecia, o que até é verdade, conheço-a dos meus sonhos… - Respondi.

- Sonhaste comigo, mesmo sem nunca me teres visto? – Perguntou ainda mais emocionada.

- Tornou-se numa constante quando adormeço, familiar até.

- Familiar?

- Sim, e de certa forma fui levada a pensar que poderia estar relacionada com a minha mãe verdadeira…

- E estavas tão certa querida…

- Estava? - Perguntei com o coração aos saltos.

- Não consegues ver as semelhanças? És mais parecida comigo que o Julian.

Ela estava a dizer-me algo que eu não esperava ouvir, mas que ansiava com todas as minhas forças.

- Sim, agora tenho a certeza disso…mãe. - Eu própria não acreditava que aquilo me tinha saltado da boca assim de repente.

Afrodite aproximou-se de mim e abraçou-me carinhosamente. A princípio estava relutante em responder ao abraço, mas não consegui evitar, era a minha verdadeira mãe que estava ali, já tinha perdido a conta de quantas vezes havia sonhado com aquele momento.

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