segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

O Peso do Destino - Cap 19

o peso do destino, dark-hunters, fanfic,Apesar do cansaço, tinha sido uma noite normal, tirando a aparição do Valerius, isso assim assustou-me um pouco. Sentia que tinha feito algo de bom, que tinha contribuído para melhorar a vida de duas pessoas, e ao mesmo tempo de todas as outras á sua volta. 

Eu era o tipo de pessoa que tirava prazer em praticar o bem, embora o fizesse de maneira inconsciente, porque era mesmo assim a minha personalidade. 




Deitei-me descansada, na minha adorada cama, a sentir-me bem. Tinha falado cedo demais. Algo me arrancou de um sono profundo ás quatro da manhã. Era a porcaria do telemóvel, mas quem se lembraria de ligar a uma hora daquelas? O número era desconhecido, mas atendi na mesma:

- Sim? – Disse ensonada.

- O que raio fizeste tu ao Kyrian?

- Ash? O que fiz eu…estás a gozar comigo certo? Sabes que horas são? Eu não sou como vocês, seus morcegos! Eu durmo á noite! – Disse furiosa.

- Oh…peço desculpa, eu tinha-me esquecido completamente, mas escuta… - Continuou ele.

- Por favor Ash, estou cansada, o que quer que seja que tenhas para me dizer pode esperar até de manha, se fosse urgente não tinhas usado o telefone! – Interrompi e desliguei-lhe o telemóvel na cara.

Normalmente não era assim, tão descarada, mas estava completamente de rasto. As últimas noites tinham sido agitadas e não tinha descansado o suficiente, e quando isso acontecia, por vezes, ficava rabugenta e um pouco impertinente.

Na manha seguinte não tive de ir trabalhar, o fim-de-semana era assim tão bom. Acordei bem-disposta, contudo lembrei-me logo que tinha sido um pouco rude com o Ash ao telefone. Em vez de ficar preocupada, deu-me vontade de rir… Mais tarde, depois de ficar de preguiça toda a manhã, fui ter com a Mira ao café, para por a conversa em dia e claro, ela aproveitou-se logo da minha presença lá para a ajudar.

No final do dia, decidi ir ver o Julian. Passei lá por casa e ao entrar vi a Simi vir na minha direcção de braços abertos e com um sorriso de orelha a orelha:

- Eva! Oh, já tinha saudades, o akri não me deixou despedir de ti! – Disse amuada.

- Simi, não faz mal. Tinhas de descansar, isso era o mais importante.

Aquele abraço começava a sufocar-me. A Simi estava a apertar-me com demasiada força:

- Simi…preciso de respirar… - Disse com falta de ar.

- Desculpa! – Riu ingenuamente, soltando-me.

Deixámos o hall de entrada e entrámos na sala, onde estava a Grace e o Ash, divertidos com a cena. Olhei para o Ash e senti-me envergonhada por ter sido impertinente ao telefone:

- Normalmente não sou assim Ash, a sério…

- Eu sei, a culpa foi minha. Estou tão habituado a que eles durmam de dia e estejam acordados de noite que nem me lembrei que tu não funcionavas da mesma maneira.

- Está tudo bem então. O que me querias quando ligaste? - Perguntei.

- Era por causa do Kyrian…ele foi falar com o Valerius… - Revelou alegremente.

- Ele foi o quê? – Perguntaram a Grace e o Julian ao mesmo tempo, quando este acabava de entrar na sala vindo da cozinha.

- Exactamente o que eu disse. Por isso liguei para perguntar o que raio fizeste tu ao homem?

- Não acredito nisso. Ele foi falar com o Valerius ou foi matar o Valerius? Não percebi bem. – Perguntou o Julian, pensando mesmo que não tinha ouvido bem.

- Foi falar com ele. – Esclareceu o Ash mais uma vez.

- Porquê? Como? Já não o quer despedaçar? O que fizeste Eva? – Perguntou o Julian desconfiado.

- Acho que ele só precisava de um toque feminino…

Todos ficaram chocados com aquela afirmação. E eu vi logo que tinha sido mal interpretada.

- Falámos, só isso. - Esclareci. - O Valerius apareceu ontem á noite e o Kyrian descontrolou-se. Não sabia o que fazer, não sabia qual era a relação deles os dois. Imobilizei o Kyrian para esclarecer tudo com o Valerius. Depois dele ir embora, tive de acalmar o Kyrian que estava furioso por ter deixado o Valerius partir.

O que ele precisava mesmo era de alguém que o fizesse falar, deitar tudo cá para fora, e depois que o fizesse ver as coisas, a realidade. Falei-lhe do que vi na mente do Valerius, que ele era uma criança na altura em que o Kyrian foi crucificado, que não teve qualquer participação na crueldade que havia sido alvo. Falei-lhe também que o próprio Valerius tinha sido vítima da mesma crueldade por parte da família. 

Fiz ele ver que por mais parecido que o Valerius fosse com o avô, que o Kyrian não o podia culpar por algo que ele não havia feito, mas que partilhava o mesmo sofrimento por saber do mal que o avô lhe tinha causado. E ele entendeu e aceitou que tinha de mudar.

- Perdemos a conta de quantas vezes tentámos que o Kyrian mudasse de opinião quanto ao Valerius, mas ele nunca nos deixava acabar e partia sempre furioso. – Disse o Julian.

- Talvez não o estivessem a abordar da melhor maneira. – Disse eu – Não sei, só me limitei a falar, não fiz nenhum truque de magia.

- Isso é porque és boa pessoa – Disse a Simi – E eu gosto muito de ti.

- E eu de ti Simi! – Disse, dando-lhe um beijo carinhoso na face.

- Bem, o que quer que tenhas feito, resultou. Acho que és mais dotada que aquilo que tu, e mesmo nós podemos imaginar. – Disse o Ash, com admiração.

Aquele comentário junto com aquele olhar…fez com que parasse de respirar e com que ficasse com calor. Eu nem sabia o que responder ou como agir. O que raio me fez ele? Nunca me senti assim tão embaraçada, com receio que se notasse. Mesmo que não tivesse sido propositado, o Ash havia lançado o olhar mais sedutor que eu alguma vez tinha sido alvo em toda a minha existência, com ele por perto, isto já era normal, mas eu não me conseguia habituar.

- Obrigado! – Foi tudo o que consegui dizer, sem conseguir encarar nenhum dos presentes, olhando para o relógio para disfarçar que simplesmente via as horas, e não que estava completamente atrapalhada.

A Grace apercebeu-se do meu embaraço e levou-me para a cozinha. Deu-me um copo de água e mudou de assunto:

- Sabes, hoje passei por uma sexshop e pareceu-me bastante interessante…

Apanhada de surpresa, engasguei-me com a água e quase que cuspo na cara da Grace.

- Grace…desculpa mas eu não estou interessada em saber os pormenores da tua vida sexual com o Julian. - Confirmei.

- Não é isso – Disse pouco á vontade – É que ele é tão…habilidoso e sabe todos os truques para dar prazer a uma mulher, já eu…

- Grace, não te podes esquecer que ele sabe isso tudo porque foi obrigado a fazê-lo durante séculos. Eu sou a pessoa menos indicada para te dar conselhos…principalmente quando a minha vida sexual já viu melhores dias! - Expliquei.

- Oh mas tu não tens dificuldade nenhuma em atrair um homem. Eles caem aos teus pés derretidos…

- E vê lá de que me serviu isso.

A Grace pareceu desiludida, ela queria mesmo surpreender o Julian:

- Para que conste, não me sinto mais á vontade a falar disto que tu, mas enfim – Baixei a voz – Podes sempre encarnar uma fantasia que ele tenha, experimenta preliminares, explora o seu corpo com o teu, se é que entendes…faz-lhe massagens relaxantes, podem sempre brincar com a comida, tomar um banho juntos, podes usar pó de mel e espalhá-lo com uma pluma pequena e depois podes tirá-lo com a…como tu quiseres, provoca…muitas sensações. Deixa a tua imaginação fluir e de certeza que vais pensar em muita coisa para fazer.

- E dizias tu que não eras a pessoa indicada para fazer disto…

- E não sou. Achas que eu já fiz essas coisas todas que te disse? Ando é bem informada!

Desatámos a rir. A verdade é que as minhas amigas pensavam sempre que por ter um físico perfeito, tudo o resto também o era. Mas estavam completamente enganadas. Tudo tem as suas contra partidas. Voltámos á sala e decidi ficar para o jantar.

Mais tarde, eu, o Julian, a Grace e o Ash estávamos na sala, já depois do jantar, quando vindo da cozinha se viu um clarão de luz. Lembrei-me logo de Artémis, e o Julian foi logo a correr disparado:

- Mãe? O que se passa? Tens de começar a avisar antes de apareceres…tenho visitas! – Disse, mostrando-se incomodado.

- Avisar? Mas eu sou a tua mãe, sou Afrodite, não tenho de avisar…

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