sexta-feira, 22 de agosto de 2014

O Peso do Destino - Cap 3

Perdida na contemplação de um estranho, e tentando o meu melhor para não parecer demasiado óbvia, fui surpreendida por uma visita inesperada ao café. O Ian, um rapaz que tinha conhecido há cerca de dois meses, com quem costumava sair. Ele era muito simpático, mente aberta e divertido.




- Olá – Cumprimentou-me abertamente.

- O que estás a fazer aqui? - Perguntei surpreendida.

- Estava na zona e não resisti passar por aqui. – Respondeu ele.

- Foi uma boa surpresa. 

- Eu sei.


O Ian era encantador. Tinham o cabelo loiro e uns olhos azuis claros. Era muito bonito. Depois de uma visita expresso e cinco minutos de conversa, ele teve de dar a visita por terminada, com muita pena sua.

- Bem, não me importava de ficar mais tempo, mas tenho de ir trabalhar, depois telefono.

- Está bem.

Antes de ir, inclinou-se na minha direcção e beijou-me carinhosamente na face.

Ele foi embora, e nisto os ocupantes das outras mesas também. A Mira foi fechar a porta e colocar o sinal de fechado para não entrar mais ninguém e ao passar pela única mesa ocupada, a dos três estranhos disse:

- Podem ficar á vontade, é só para não entrar mais ninguém.

- Não te preocupes Miranna que não vamos demorar muito mais. – Disse o Nick com um sorriso malandro.

Ela riu desavergonhadamente. Voltou para o balcão e perguntou baixinho:

- E então, algumas novidades?

- Sobre?

- Tu e o Ian! - Insistiu.

Fiquei chocada com o seu descaramento, era algo que nunca me conseguiria habituar, e ela com certeza iria sempre surpreender-me.

- Caramba Mira, não tens vergonha nenhuma?

- Não, já devias estar habituada.

Não respondi na esperança que a Mira mudasse de assunto, mas ela não o fez.

- Então? – Perguntou ela curiosa.

- Não Mira, somos só amigos e não tenho intenções de ser algo mais.

- Ele parece ser um tipo tão simpático, boa pessoa e claramente gosta de ti… - Gozou.

- E eu gosto dele, como amigo, nunca dei a entender que seria outra coisa.

- E ele sabe disso? Só estou a dizer para aproveitares a juventude, divertires-te mais. Não tens de esperar um relacionamento sério de todos os homens, uma noite bem passada nunca fez mal a ninguém. – Disse á vontade.

- Bem, algo me diz que vou puder aproveitar a juventude durante muito tempo Mira. Além disso, estou bem assim, não me sinto pronta ainda para deixar alguém entrar. – Disse, e ela sabia ao que me estava a referir.

- Sorte a tua então. – Brincou. – Só não quero que fiques agarrada ao passado, já é tempo de seguires com a tua vida. Uma jovem como tu, linda, inteligente e boa pessoa devia viver e aproveitar a vida.

- Lá vens tu com os teus exageros Mira. E eu estou a viver a vida. – Esclareci confiante.

- Whatever, sabes que não estou a exagerar e tu não estás a “viver a vida”, estás simplesmente a existir. – Concluiu ela.

Estava a limpar as mesas e a Miranna estava ao balcão, os últimos clientes levantaram-se para sair e a Mira pergunta-me discretamente:

- Qual dos três preferes? Aquele mais calado é lindo, mas de certa forma assusta-me, é demasiado sério, tem ar de ser perigoso. Estou mais virada para o Nick!

- O quê? Não pensas em mais nada? - Disse, censurando-a por só conseguir pensar em homens e diversão.

- Porquê? Existe outra coisa mais interessante para pensar?

Que remédio tive eu a não ser rir da sem vergonha. Quando penso que Mira não pode ser mais absurda, ela faz questão de me provar o contrário.

- E então? – Insistiu.

Senti-me relutante em responder, mas não me custava nada satisfazer a sua curiosidade para ver se a se calava de uma vez.

- Bem, eu acho que aprecio um pouco de perigo. Como sabes, existem poucas coisas que me consigam assustar, além de mim. – Acabei por admitir.

- Imaginei logo…

- O que queres dizer com isso? – Perguntei.

- Nada, ele parece perigoso…como tu, ás vezes…

- Não, acho que não sou assim tão assustadora. – Defendi-me em tom de brincadeira.

- Para quem não te conhece pareces no mínimo inofensiva. – Esclareceu ela olhando-me.

Momentos depois, os três últimos clientes levantaram-se para ir embora e despediram-se de nós:

- Obrigado por tudo, até á próxima. – Disse o loiro de olhos azuis.

- Foi um prazer conhecê-las meninas. – Brincou o Nick.

- Igualmente, até á próxima. – Disse eu.

- Obrigado e voltem sempre. – Disse a Miranna.

O outro nada disse, apenas acenou ao sair. Quando a Mira fechou a porta, eu fui limpar a mesa e fiquei chocada. A gorjeta que tinham deixado era maior, duas ou três vezes, que o total da conta. Ficamos as duas estupefactas com o dinheiro que aqueles três haviam deixado assim sem mais nem menos.

- Mira, estes tipos têm de cá vir mais vezes. - Brinquei.

- Por gorjetas assim, faço tudo o que pedirem. – Riu desalmadamente com o que acabara de dizer.

Esta rapariga era demais.

O fim-de-semana finalmente chegou, já não era sem tempo, os dias anteriores tinham sido bastante cansativos. Durante todo o sábado fiquei por casa a relaxar, dei-me ao luxo de acordar tarde, dediquei-me á leitura e ainda vi um filme. De noite tinha planos para ir uma festa. O aniversário do meu grande amigo Julian Alexander.

A minha amiga Grace, namorada do Julian, queria preparar uma surpresa ao Julian, e pedira-me que cantasse uma música especial para que eles pudessem dançar sozinhos no meio da multidão e eu havia aceitado com todo o gosto, contudo sabia que iria haver uma reviravolta na surpresa.

Estava a preparar-me numa salinha atrás do pequeno palco e pelo movimento percebi que o bar estava cheio. Então as luzes apagaram-se e a Grace dirigiu-se ao meio da pista, com a única luz existente sobre ela e anunciou:

- Julian? Tenho uma surpresa para ti, podes vir aqui ter comigo? - Pediu carinhosamente.

Ele assim o fez e poucos segundos depois estava ao lado dela:

- O que andaste a tramar Grace? – Perguntou receoso.

- Se te dissesse deixava de ser surpresa. – Respondeu ela.

Estava já no palco, pouco iluminado quando ela me fez sinal, uma luz incidiu sobre eles, a música começou, comecei a cantar e toda a atenção se virou para o casal.

We may not have all the answers
Oh I know that we can change some of the things
That are beyond our control
And the vision of us may be blurry
But use your heart to see
Just follow the beat the rhythm will lead you right
Back to me
Sometimes it's a game of give and take
It's easy to break but hold on and wait
Have a little faith ohhhh

I will go down to the last round
I'll be your strength to find you when you get lost
In the crowd
So I'll stand up tall if by chance I fall
Then I'll go down as a casualty of love

(Love love love love) casualty
(Love love love love) casualty
Casualty of
A casualty of love

The battle of us could be simple
Escape without being hurt
Cuz' love is our shield keeps us concealed
From what could get even worse

So baby let me be your soldier
Don't be overtaken by pride
Just close your eyes, take my hand
I promise to keep us alive

Sometimes it's a game of give and take
It's easy to break but hold on and wait
Have a little faith

I will go down to the last round
I'll be your strength to find you when you get lost
In the crowd
So I'll stand up tall if by chance I fall
Then I'll go down as a casualty of love

All is fair in love and war
Knock me down and I'll get back up wanting more
Through the fire and rain, it makes me numb
From the pain
That's the price, that's the price I'll pay

And I will go down to the last round
I'll be your strength to find you when you get lost
In the crowd
So I'll - I'll stand up and baby if I fall
Then I'll go down as a casualty of love
(Love love love love)

Ohhh yeah yeah yeah

(Love love love love) casualty (I'll be your casualty)
(Love love love love) casualty (I'll be your casualty of love)
Casualty of
A casualty of love

https://www.youtube.com/watch?v=FwV-MgXl1ps (link do vídeo)

Quando acabei de cantar toda a gente aplaudia entusiasticamente. Mal sabiam eles que Julian tinha preparado uma pequena surpresa por sua conta, com a minha ajuda também:

- Muito obrigado, mas agora – Disse dirigindo-me a Grace – É tempo da tua surpresa amiga.

As luzes voltaram a apagar-se e uma única incidia sobre Grace e Julian. Ele ajoelhou-se aos pés dela, tirou uma caixa pequena de veludo azul-escuro e ao abri-lo diante dela, via-se um lindíssimo anel de um único diamante azul. Toda a gente estava na expectativa e foi então que Julian fez a pergunta:

- Grace Alexander, entraste na minha vida como uma brincadeira, e acabaste por me salvar do meu tormento eterno, devolveste-me vida, a alegria, por isso a única coisa que faz sentido perguntar é…queres passar o resto da tua vida a meu lado?

Ela tinha ficado perplexa e sem palavras, quase que não aguentava a emoção, mas evitou, com todas as suas forças, chorar e respondeu transpirando felicidade:

- Claro que sim, meu doido, amo-te agora e para sempre.

E então toda a gente aplaudiu aquele acto, aquela demonstração de amor. Tinha sido realmente um grande gesto, tanto da parte da Grace, que pensava que o ia surpreender, como do Julian, e quem os visse junto, não tinha dúvida alguma, de que eles os dois haviam sido feitos um para o outro.

2 comentários:

  1. a historia dos amigos e muito gira , mas espero ansiosa por ela e os outros principalmente o mais calado ate ao proximo

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    1. Ainda bem que gosta desta nova história, seguia a história anterior com regularidade, fico contente que continue a acompanhar. Beijos =)

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