terça-feira, 12 de agosto de 2014

O Peso do Destino - Cap 2

Quatro anos se passaram após a morte da minha mãe, e como o tempo passou a voar. Tinha terminado os meus estudos, fiquei á frente da biblioteca. Era um bom negócio e tinha parceria com diversos museus, sem mencionar que este era o sonho dela, um lugar importante e desde que a vida me permitisse, iria preservar e manter a funcionar. 





Nos meus tempos livres, que não eram muitos, escrevia, gostava muito de inventar histórias e romances. Passava também algum tempo no café da Miranna para dar uma ajuda. Ela ajudava igualmente no negócio dos pais. Eles como já tinham uma certa idade, normalmente faziam os turnos da manhã e a Mira trabalhava da parte da tarde até ao fecho por volta das nove da noite.

A minha rotina diária tinha-se tornado basicamente isso mesmo, uma rotina, um ciclo repetitivo. Acordava de manhã cedo, tomava um duche, comia qualquer coisa, vestia-me e ia trabalhar. Na pausa do almoço por vezes ia almoçar com a Mira, outras vezes não tinha tempo. Depois de terminar o trabalho na biblioteca, tentava sempre que possível, passar lá no café para ajudar ou simplesmente para ficar de conversa. 

Só no final do dia chegava a casa, mais de doze horas depois de ter saído pela manhã. Ainda assim fazia o jantar, relaxava um pouco e por volta da meia-noite saía de casa, para fazer a minha ronda. 

Eu não gostava da sensação de ir dormir e pensar que alguém, algures corria perigo. Era muito importante assegurar-me que as ruas, na minha zona, estavam minimamente seguras, apesar de não dar conta de toda a cidade sozinha. Mas fazia-me sentir mais descansada, sentia que tinha feito a minha parte, contribuído ao menos.

Uma dessas noites, muito calma por sinal, ia na rua, prestes a dar a ronda por terminada, caminhava ouvindo música no meu mp4, o que não me impedia de estar alerta, quando algo estranho aconteceu. Num momento estava descontraída ao som da música, e no outro, senti uma presença, algo a aproximar-se. Apesar de ser tremenda, não consegui identificar se era ameaçadora ou não, era simplesmente massiva. 

Aquela presença fez-me caminhar na tentativa de apanhar um sinal ou assim, e parei subitamente ao canto da rua, onde fiquei perscrutando a noite, esperando que algo ou alguém aparecesse. Mas a rua continuava deserta, e de certa forma mais fria, o ar á minha volta estava gelado.

Num instante, vindo de lado nenhum, alguém chocou comigo, apanhando-me completamente de surpresa, assustando-me até. Recuperei rapidamente a compostura e observei o estranho que tinha á minha frente. O que raio era aquele homem? A Luxúria ambulante? Eu nunca tinha visto um homem tão atraente, tão atraente que devia ser ilegal. Este homem deixou-me sem fôlego.

- Não devias andar por aqui sozinha á noite. – Disse ele, olhando-me de cima a baixo.

Oh aquela voz! Derretia qualquer mulher. Ele parecia tão atraente como perigoso, as duas coisas mesmo tempo. Era de extremos, por um lado o desejo de ficar a contemplá-lo, por outro algo me dizia para fugir, o mais rápido possível. Mas eu não era mulher de fugir, fosse do que fosse.

- Sei tomar conta de mim, obrigada. – Respondi com confiança.

- Há um mal muito grande que gosta de sair á noite, e não me refiro somente a ladrões. – Disse, tentando assustar-me.

- Eu não me assusto assim tão facilmente. – Assegurei.

- Mas devias, talvez pensasses duas vezes antes de andares por aqui a estas horas. A noite esconde muitos terrores menina.

- Não me vou esquecer disso, obrigada.

- Para teu bem, espero que não.

O estranho sem dizer mais nada virou a esquina e desapareceu. Ainda fui atrás dele, mas a rua estava deserta. E é claro que fiquei intrigada com aquela misteriosa e sexy personagem, mas aquela insistência arrogante também me irritou um bocadinho. Quem achava ele que era para me dizer o que fazer? Não gostava muito que me dessem ordens.

Num final de tarde em Novembro, já o sol se tinha posto, juntamente com o meu dia de trabalho, e fui ajudar a Miranna no fecho do café. Cheguei, já batiam quase as oito e o café ia fechar às nove horas. Havia poucas mesas ocupadas, só umas quatro, era sinal que não ia ter muito trabalho e ia chegar a casa cedo.

Assim que entrei todas as atenções se viraram para mim, foi algo que me esqueci de mencionar. Atraia atenção masculina e feminina, cabeças viravam quando eu passava, algumas cotoveladas e suspiros. Conseguia ser bastante irritante. Desde cedo que tinha consciência da minha aparência, mas nunca dei importância a isso, e já estava tão habituada a ignorar que já não reparava no efeito que causava.

- Olá, como estás? – Perguntou a Miranna.

- Cansada… – Respondi.

- Oh, se quiseres podes ir para casa, a sério, dou conta disto sozinha. – Diz ela animada.

- Não, fico a ajudar, não custa nada. – Insisti.

Não demorei muito a notar as suas presenças, na mesa do fundo encontravam-se três homens que mais pareciam modelos arrancados de uma sessão fotográfica e colados ali naquele cenário. Um deles reconheci de imediato, era o estranho daquela noite. Aproximei-me do balcão e disse á Miranna:

- Bem, pelo menos hoje, o teu café deixou de ser uma pasmaceira. By the way, aquele é o estranho perigosamente sexy de que te falei… - Sussurrei.

- O quê? Qual deles? – Perguntou entusiasmada.

- O de óculos de sol.

- Então acho que devias ir tu lá ver o que eles querem… - Sugeriu ela.

- E eu vou. – Gozei com ela.

Aproximei-me da mesa, tirei o bloco e a caneta e disse:

- Olá, boa noite, o que vos posso arranjar?

Tinha estes três estranhos a olhar para mim e a decidir o que haveriam de querer. Um deles se a mim ou qualquer uma das coisas do menu, o outro estava indeciso e o último olhou-me e reconheceu-me, mas de seguida se concentrou no menu. Foi um momento embaraçoso, sem dúvida alguma.

- Olá, eu sou o Nick, queria um bagel e um galão, por favor. – Disse com um toque travesso.

- Ok Nick. – Respondi, sorrindo e sem dizer o meu nome.

- Para mim pode ser uma tosta mista e um sumo de laranja, por favor. – Respondeu educadamente o outro.

- Eu prefiro simplesmente um café, por favor. – Pediu, tão educadamente como os outros, mas com mais formalidade.

- Trago já os vossos pedidos. – Disse, afastando-me.

- Desculpa, não me disseste o teu nome… - Insistiu o Nick.

- E porque haveria de o fazer? – Perguntei curiosa com a sua persistência.

- Nick, deixa a rapariga em paz. – Disse o do “simplesmente café”.

- Peço desculpa, só gostava de saber o nome da mulher cuja beleza rivaliza com a própria Afrodite!

Os restantes e eu, ficámos estupefactos com aquele comentário.

- A mim parece-me que estás a exagerar um bocado, mas calculo que essa frase costume resultar…?! - Respondi, sorrindo e afastando-me.

Nunca, em toda a minha vida, vi homens tão bonitos e atraentes, á excepção do Julian, o namorado da Grace, uma das minhas melhores amigas, ele podia juntar-se aos três que ali estavam. O Nick tinha o cabelo castanho-escuro e tinha uns olhos azuis de morrer. O da “tosta e do sumo de laranja” era loiro de olhos verdes, e o do “simplesmente café” tinha o cabelo preto com uma madeixa vermelha e quando tirou os óculos, brevemente, para os limpar, conseguiu vislumbrar uns olhos claros, uma mistura de azul muito claro com prateado, lindos mesmo.

Ele era diferente dos outros, podia sentir mas não sabia o porquê. Outra coisa que havia notado, era que dois deles tinham uma aura de atracção, e ao mesmo tempo uma outra se sobrepunha, uma aura ameaçadora que dizia para nos mantermos afastados. Estas notavam-se mais, de forma muito mais intensa no último.

2 comentários:

  1. Está ficando curioso, quem serão estes rapazes?
    Esperando ancioso o próximo capítulo.
    Avisa quando publicar.
    Parabéns.

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  2. esta ficando muito interessante, rapazes tao giros quem serao? fico a espera do proximo, vamos ver o que ai vem xau

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