quarta-feira, 25 de junho de 2014

Um Sonho Ou Realidade - Cap 44

Este tinha sido o momento mais feliz de toda a minha vida. Agora com James de volta, sabia que teria mais momentos felizes, mas saber que podia partilhá-los com ele, nada me fazia mais feliz. 




Mais uma vez, Richard demonstrava ter o mais terrível dos timings, pouco depois de James me ter seguido até ao quarto, Richard decidiu interromper.

- Peço desculpa por interromper o momento, sei que o meu timing é terrível, mas que tal juntarem-se á celebração e tornar este dia importante mais feliz ainda? – Pediu, emocionado.

- Claro que sim irmão. - Concordou James.

- Descemos já Richard. – Respondi.

- Este foi o melhor presente de casamento que me poderiam dar, ter-te de volta. – Afirmou Richard acenando a James e saindo do quarto.

Regressámos á festa, para junto da família. Era estranho tê-lo de volta, quando durante tanto tempo pensei que ele já não estava mais entre nós. Passámos tanto tempo longe que agora me sentia um pouco intimidada na sua presença. A vergonha e o nervosismo tinham voltado. Ficámos sempre juntos, lado a lado, até ao fim da noite.

No final, após os últimos convidados saírem do salão o Richard perguntou:

- Como conseguiste sobreviver James? Quer dizer, estou feliz que estejas aqui, mas muito intrigado!

Ele passou a mão pelo cabelo, reflectindo sobre a pergunta e respondeu:

- Os selvagens levaram-me, mesmo ferido e às portas da morte. Ainda não sei porquê, trataram de mim e fiquei os primeiros meses prisioneiro até recuperar e depois fiquei a trabalhar como escravo. Foi um inferno, tentei escapar inúmeras vezes e falhei tantas como as que tentei, mas eventualmente, na minha última e desesperada tentativa consegui escapar.

- Como escapaste? – Continuou o Richard.

- Uma noite, uns prisioneiros organizaram um motim, foi a desorganização total e cada um por si. Foi ai que consegui fugir e demorei um mês inteiro a chegar aqui.

- Foi uma demanda, sem dúvida. – Concordou Richard orgulhoso do irmão.

- Foi mesmo, estava desejando de voltar para casa. – Disse, olhando para mim.

- Estamos muito felizes que tenhas regressado, sentimos todos a tua falta. – Disse Lady Catherine.

Ele ficou confuso com a mudança na Lady Catherine, na mulher que o desprezara desde que se conhecia, desde sempre. Caminhamos na direcção dos nossos aposentos e á porta do meu quarto disse-lhe:

- Deves descansar agora James.

- Eu sei. 

Beijou-me na testa, sorriu e dirigiu-se ao seu quarto e eu entrei no meu assim que ele fechou a porta. Senti a sua falta logo naquele momento, tínhamos perdido tanto tempo, queria estar com ele, sentir o seu abraço, o seu beijo…queria sair dali e ir ter com ele, e estava a ficar impaciente a andar ás voltas no quarto. Entretanto bateram á porta:

- Posso? – Era ele.

- Claro, não ias descansar?

- Ia, mas não consigo, sabendo que estás aqui a tão curta distância…

Ao entrar no quarto, olhou em redor, viu o seu manto em cima da minha cama e a carta que me tinha escrito á meses, em cima da cabeceira, e sorriu:

- Aconteceu muita coisa por aqui na minha ausência… - Disse, sentando-se numa cadeira perto da cama.

- Algumas coisas sim, terás tempo de te ficar a par de tudo, prometo.

- O que se passou com Lady Catherine? – Perguntou intrigado.

- Bem, digamos que tivemos uma conversa sincera de mulher para mulher que lhe fez abrir os olhos… - Esclareci sem entrar em detalhes.

- Fico contente.

E fez-se silêncio, aquele silêncio do qual já sentia saudade, aquele silêncio onde mesmo sem dizermos nada, dizíamos tudo. Mas eu estava curiosa acerca de um pormenor.

- James, antes de apareceres, estiveste no salão não estiveste? No andar de cima, escondido? – Perguntei.

- Sim… - Admitiu envergonhado.

- Porque te escondeste? 

- Porque já passou algum tempo desde que parti, tive receio que as coisas tivessem mudado, pensei que vocês tivessem seguido com as vossas vidas, não queria chegar aqui e arruinar tudo, pensei que seria doloroso. – Explicou tristemente.

- Não posso falar por mais ninguém, mas achas mesmo que eu iria alguma vez conseguir seguir com a minha vida?

- Vi-te com o Andrew, ele mudou sem dúvida, fiquei com receio que tivesses aceitado casar com ele. Tive prestes a ir embora.

- Sim, ele mudou muito, ele é um homem mudado, mas somos somente amigos, e ele está noivo de uma jovem nobre minha amiga. – Revelei. – Mas não foste embora, o que te fez ficar?

- Esperança, tive esperança que não fosse tarde demais, de que se soubesses que estava vivo irias escolher-me a mim. 

Olhou-me profundamente, mostrando-me todo o terror que sentiu ao pensar que eu estava com outra pessoa.

- Imaginar-te com outro homem fez-me reagir, fez-me lembrar que não era suposto seres de outro homem, fez-me agir sobre o meu desejo egoísta de te ter só para mim. – Revelou com paixão no olhar, fitando-me.

- Não fazes ideia do quanto me debati com a questão, mas eu continuo aqui em Stormhold, e mesmo que decidisse ir embora, nunca mais deixaria outro homem entrar na minha vida. – Respondi, correspondendo o seu olhar.

Levantou-se da cadeira, pegou-me pelo braço e puxou-me para si:

- Lembraste do que disse na carta? – Perguntou.

- Cada palavra… - Respondi, assegurando-o.

- De que tinha algo que te queria dizer?

- Sim lembro.

- Amo-te, era o que eu queria dizer…

- Eu também James, mais do que alguma vez pensei amar alguém.

Fez-me uma caricia na cara e beijou-me. Gentilmente de início, mas cada vez mais urgente, mais apaixonado. Rendi-me completamente e deixei-me levar, já sonhava com aquilo há tanto tempo que nem imaginei que fosse possível parar. Passei os meus dedos pelo seu cabelo, deslizei-as pelo seu pescoço, pelo seu peito e dei por mim a tentar desapertar o seu colete.

Ele olhou-me entusiasmado mas inseguro acerca da nossa determinação, aquilo não era coisa que se fizesse antes de casar:

- Tens a certeza que queres mesmo fazer isto? - Perguntou, querendo ter a certeza.

- Sim. – Respondi sem sinal de dúvidas na minha voz.

- Afinal chegou o momento e os sentimentos mudaram…

- Mesmo a tempo. – Brinquei.

- Já não somos apenas um rapaz e uma rapariga, já não somos só amigos. – Afirmou com a voz carregada de desejo.

- Tu nunca foste só um rapaz para mim, e muito menos somente um amigo. – Revelei, falando entre os seus beijos.

- Não fales assim, eu não resisto… - Disse na brincadeira.

- Senti tanto a tua falta…

- E eu a ti Belle, nem consigo descrever o quanto.

- Então não o faças, não o descrevas, prova-o. – Disse, tomando-lhe novamente os lábios.

Beijou-me cheio de desejo. Sentia-me desejada e amada, não havia sentimento melhor. Desapertei-lhe o colete e tirei-lhe a camisa. O entusiasmo era tanto que se desequilibrou e caiu, ficando sentado na cama. Sentei-me no seu colo, de frente para ele. Senti o seu entusiasmo crescer entre as suas pernas, como senti o meu. Ele desatou-me o vestido e puxou-o para baixo até ficar na minha cintura. Olhou-me maravilhado e beijou-me os lábios, descendo pelo pescoço e depois pelo peito, tomando-me os seios. Este homem deixava-me louca.

Desatei as suas calças, ele enfiou as mãos por baixo do vestido, desviando o tecido e puxando-me pelas nádegas para mais perto dele, e foi ai que o senti gentilmente dentro de mim, éramos um só. Nunca tinha feito nada tão erótico na minha vida. Entreguei-me completamente e sem receios. Foi gentil comigo até que lhe pedi que fosse menos, e ele riu. Levantou-se da cama, comigo ao colo, deitou-me virada para cima, encaixou-se entre as minhas pernas, procurou a minha boca novamente e mostrou-me o homem apaixonado que se tinha tornado, dizendo-me, com a voz rouca e entrecortada:

- Eu amo-te Isabelle.

- E eu amo-te a ti James.

Foi a melhor noite da minha vida. De manha, acordei maçada, mas no bom sentido, sentia-me saciada, completa. E de repente o pânico apoderou-se de mim, e ao pensar que a noite anterior tivesse sido um sonho, virei-me sobressaltada na cama, procurando James.

2 comentários:

  1. Ai... este final mata tudo lol... ficamos na expectativa e a roer as unhas para que tudo isto não tenha sido simplesmente um sonho :) muito bom Joana! Não demores a publicar o próximo lol :) Beijinhos

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    1. Obrigada Sandra, pois o que vai acontecer está guardado no segredo dos deuses, quer dizer, eu sei claro. Não te preocupes, não vou demorar a publicar. Beijinhos =)

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