segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Um Sonho Ou Realidade - Cap 25

Mais tarde, estávamos todos sentados a uma mesa para jantar e algumas pessoas conhecidas sentaram-se connosco. O ambiente estava animado e a conversa também. O Sr. Hughes já estava tocado pela bebida e só dizia disparates:

- Não sei como vocês rapazes aguentam, com noivas tão belas. O frio, eu aguento bem, agora recusar o convite de uma mulher, nem pensar.

- É difícil sim, mas como homens de honra que somos, vamos esperar pelo casamento. - Disse o Richard.

- Já há demasiados exemplos de más decisões na família. – Conclui James, gozando com a sua própria situação.

- Fazem bem, homens assim há poucos. Mas eu não sou casado, não tenho de ser fiel a ninguém, só ás minhas necessidades. - Disse rindo e abalando com a mulher que estava sentada no seu colo.


Não fiz qualquer tipo de comentário, mas era cómico. Depois de jantar, as pessoas começaram a juntar-se num espaço central para dançar. Corriam as mesas em busca de pessoas para se juntar a elas. Nem a Beth nem a Júlia aceitaram, mas eu não me importei. Juntei-me á multidão, lá no meio e dancei até fartar. No meio de tanta agitação percebi que o James me observava.

Depois tentei puxá-lo e relutantemente ele lá aceitou. Fizemos uma roda, trocámos de pares, batíamos palmas e por último voltámos aos pares iniciais para uma última melodia.

Reconheci a canção, era a mesma que havia cantado acompanhada pela Beth naquela noite a pedido do meu pai. Ele também se lembrava. Dançámos juntos pela primeira vez. Senti algo, um nervoso miudinho na barriga por estar perto do James, sentia-me bem, tinha vontade de sorrir e senti-me corar, mas naquele momento, nem me importei.

Eu era como que uma mulher independente, e por mais que me custasse admitir, gostava de ter o James por perto. Sem querer ofender, ele tinha-se tornado, de longe, melhor companhia que a Beth, que só pensava em casamentos. Voltámos para a mesa e a Júlia tinha de mencionar o assunto que mais insónias me dava:

- Já sabem a data do casamento?

- Dentro de um mês, acho eu. – Disse a Beth

- Bem, podemos falar sobre outra coisa? – Pedi numa inútil tentativa de mudar de assunto.

- Porquê? Devias estar entusiasmada.

- Eu sei, mas não estou, ainda não.

- Nunca conheci uma rapariga que não estivesse desejosa de casar. Eu estou desejosa. – Argumentou a Júlia.

- Devias aproveitar a juventude. – Respondi sinceramente ao seu entusiasmo.

- Eu sei, mas não consigo evitar.

- Vais deixar que escolham por ti ou lutar pelo homem que conquistar o teu coração? – Perguntou a Beth.

- Eu quero escolher. - Disse timidamente como se já tivesse alguém em mente.

- Deves lutar por isso. Os casamentos devem ser por amor. – Encorajando-a.

- O teu não é... – Comentou ela.

- Eu e o teu irmão é um caso diferente. - Respondi olhando para o James.

Ela tinha razão, era isso mesmo que me atormentava, o medo de me casar sem estar apaixonada e de estar a cometer o maior erro da minha vida, do qual era impossível voltar atrás.

- Nós não tivemos outra escolha. - Disse o James.

- Quais eram as outras opções? - Perguntou-me.

- Bem, era casar com o teu irmão, casar com outra pessoa que o meu pai arranjasse, e ele ia com certeza arranjar, ou passar o resto da vida a fugir, longe da minha família.

- Não tiveste grandes opções. - Concordou tristemente.

- E tu Beth, o teu pai tinha alguns pretendentes em mente para ti?

- Claro que sim, não seria ele o meu pai. Ele tinha em mente oferecer a minha mão a Nathan Russell. – Respondeu a Beth.

- Ele é um bom partido.

- Sim é, não posso negar, mas não era ele quem eu desejava como futuro marido. - Disse sorrindo a Richard.

- E tu Belle, o teu pai tinha mais opções para ti? – Perguntou a Júlia, curiosa.

Pensei se faria bem em contar ou não, mas naquele momento já não fazia diferença:

- Tinha...

- Quem?

- Andrew Blackwell.

- Bom partido, definitivamente. A maioria das jovens ficaria feliz, satisfeita para o resto da vida se lhes tivesse sido oferecida essa oportunidade. E tu recusaste?

- Claro que sim, ele é demasiado arrogante. Conheço-o bem demais.

Apesar de não estarem a prestar muita atenção á nossa conversa, bem pude ver que sempre que o assunto era interessante, tanto o Richard como o James, viravam a cabeça para apanhar melhor o que estávamos a dizer.

- Mais alguém? – Continuou com o interrogatório.

- Bem, o meu pai chegou a considerar Elliot Morgenstien, mas não passou disso.

- O quê? - Disseram a Júlia, o Richard e o James ao mesmo tempo.

- Ele considerou a realeza? – Perguntou Richard. – Para ti também Beth?

Quando ela afirmou que sim com a cabeça, tanto ele como o James pareciam ter visto uma assombração:

- Porque raio me sinto um partido inferior? - Perguntou o Richard.

- Não tens de te sentir assim, sabes bem que não me interesso por títulos ou por riqueza, tudo o que me importa é estar contigo. – Assegurou Beth acarinhando-o.

- Recusaste todos, no entanto aceitaste o meu irmão, sem ofensa James... - Disse a Júlia surpreendida.

- Não ofendeste, estou tão chocado como tu. – Interrompeu o James.

- Não fui capaz de escolher nenhuma das opções do meu pai, não tinham nada a ver comigo, e eu não me vi futuramente apaixonada por nenhum, francamente. No entanto, até agora não estou arrependida das minhas escolhas. – Disse fitando o James.

No final da noite, voltámos ao castelo e no caminho a Júlia parecia querer dizer-me algo.

- O que se passa Júlia. - Perguntei.

- Não queria meter-me nos vossos assuntos mas...ele gosta de ti, o meu irmão, consigo perceber. - Respondeu timidamente segredando. - Pensei que gostasses de saber.

- Obrigado Júlia. O teu irmão é uma excelente pessoa, um homem como já há poucos, e já deu algumas provas do seu carinho por mim.

- Tu também gostas dele, não gostas? Acho que mesmo que tenha sido uma arranjo forçado e ao acaso, acho que vão dar-se bem. Peço desculpa pelas perguntas todas, não queria incomodar-te, mas sim ajudar a que te fosses habituando.

- Não faz mal, eu percebo e agradeço imenso o teu apoio, é muito importante para mim saber que apesar de estar longe de casa, estou entre amigos e em família. - Respondi sorrindo-lhe.

Quando chegámos ao castelo, encontrámos Lord Hastings preocupado com uma carta na mão, a conversar com alguns dos seus conselheiros. Lembrei da conversa que tinha tido com o James acerca de uma futura guerra. Nessa noite custou-me a adormecer, aquele assunto não me saia da cabeça. Estava com receio por todos.

1 comentário:

  1. A cada cap que passa, Belle e James desenvolvem mais confiança e paixão, um pelo outro.
    E essa gerra, hein. Yikes! Até eu estou preocupado. hehe

    ResponderEliminar