Durante
o tempo que passámos juntos, apesar de não ter sido muito, não tive
oportunidade de ver este lado do James, quase selvagem. Ele estava furioso, e
eu nem sequer considerei procurá-lo, compreendi que ele precisava de espaço. O
que eu conhecia do James, até agora, era o seu lado gentil, corajoso e de certa
forma provocador. Mesmo surpreendida com a sua reacção, a sua revolta era perfeitamente
compreensível.
A
caminho do meu quarto, que me pareceu incrivelmente longo e silencioso, também
dei de caras com o meu pai:
-
Belle…
-
Não pai, agora não, peço-lhe.
Ele
tentou bloquear-me a passagem mesmo assim, não me deixando passar sem que
ouvisse primeiro o que ele tinha a dizer, nunca tentativa de justificar os seus
actos. Uma tentativa que eu sabia muito bem que ia falhar. No fundo, aposto que
ele também estava ciente disso:
-
Por favor, és minha filha, adoro-te. Só estou a fazer o que posso para garantir
o teu futuro, para que possas ser feliz. Como não consegues ver isso? –
Perguntou num tom desesperado.
-
Será que não percebe? Quem tem de decidir sou eu. Estou tão cansada de lutar
pai. Irei eu algum dia decidir alguma coisa que me diga respeito? O que quer
fazer de mim é exactamente o contrário de quem sou. – Respondi tristemente.
-
Tudo o que faço é por amor, gostava que conseguisses compreender isso Belle.
-
Enquanto for você a fazer as minhas escolhas por mim, eu nunca serei feliz. É a
segunda vez que me faz passar por isto. Ele não está interessado em casar.
-
Gosto muito do rapaz, mas se ele recusar este acordo, será a maior estupidez da
sua vida. Ele nem imagina a quantidade de pretendentes que tens. E pode dar-se
por feliz por eu ter aceite a proposta do pai.
- O
que quer dizer com isso? – Perguntei, adivinhado o caminho que a conversa ia
tomar.
- Eu
sei que ele é filho de Lord Hastings, mas não é um Hastings legítimo Belle. Ele
devia estar agradecido por eu permitir esta união.
- Nunca
o tomei por uma pessoa preconceituosa, pai. O James é tão Hastings como
qualquer outro.
-
Não quis dizer isso com malícia Belle.
-
Mas saiu mal de qualquer forma. Falamos amanhã, estou exausta, por favor.
Deixei-o
e fui para o meu quarto. Preparei-me para dormir, só não estava á espera de ser
atacada por uma insónia tão grande como a me atacou. Sono não me faltava de
certeza, mas os meus pensamentos falavam de tal forma alto, que não me deixavam
fechar os olhos sequer.
Depois
de tanta volta na cama, acabei sentada, abraçando as minhas pernas, de queixo
nos joelhos, á luz das velas. Era tarde, mas mesmo assim sai da cama, vesti um
roupão por cima da camisa de dormir e fui ver se a Beth ainda estava acordada.
Precisava
de falar, deitar cá para fora, tudo o que ia na minha alma. Mas,
principalmente, precisava que não estar sozinha. A minha irmã mais velha tinha
sido sempre a minha melhor amiga, aquela pessoa que está sempre do nosso lado
aconteça o que acontecer, aquela pessoa a quem confidenciamos os pormenores, os
detalhes de tudo o que se passa na nossa vida.
Por
ser mais velha, Beth havia sido sempre a mais comportada e responsável de nós
as três. E muitas vezes acabou por substituir a nossa mãe na hora em que
precisámos de carinho e mimos. Eu estava grata por ter esta pessoa, a minha
querida irmã, na minha vida. Ela podia contar igualmente comigo.
Abri
a porta do seu quarto muito devagar, sem fazer barulho e deparei-me com ela a
dormir pacificamente na sua cama. Fiquei com vontade de ficar ali a dormir,
como fazíamos muitas vezes em casa. Mas eu não queria estragar os seus sonhos
com as minhas preocupações. Fiz o caminho de volta para o meu quarto de vela em
punho. Ao chegar á minha porta vi o James sair do quarto dele.
Bom! Gostei do final do capitulo. Terminou num momento cabal. Entao rola o segundo beijo do casal no cap 13 nao eh? hehe
ResponderEliminarNão sei Jon, vamos ter de esperar para ver, não se pode ser demasiado óbvio né? kkkk
EliminarSim, mas como sou leitor assíduo do blog eu quero saber, quero saber, quero saber!!!!! heheh
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