Enquanto
caminhávamos calmamente e ainda em silêncio, senti algo estranho, senti que
estávamos a ser observados. O James não pareceu reparar e eu conclui que era só
a minha imaginação. Só que realmente não era, e no momento que o ia avisar, um
pequeno grupo de mercenários apareceu do nada, e eu estava amarrada e
desarmada, sem forma de me defender ou ajudar.
-
James! – Gritei desesperada e acenei para me desamarrar, mas ele não teve
oportunidade de o fazer, estava rodeado de selvagens.
Lancei-me
a um deles, furiosa, ele caiu pelo penhasco a baixo mas deixou a espada. Gatinhei
até ela libertei-me das amarras, agarrei na espada e fui ajudar o James. Ele
estava rodeado, lutando com quatro mercenários ao mesmo tempo. Eu tinha treino,
muito treino mas nunca tinha enfrentado um mercenário antes. Mesmo assim, não
podia ficar a olhar enquanto o James lutava, sozinho não ia conseguir. Abri
caminho e juntei-me a ele:
-
Obrigado. – Agradeceu aliviado.
- De
nada.
Eram
oito no total, mas um já tinha feito a viagem pelo penhasco abaixo, agora eram
só sete. Alguns até tinham jeito para lutar, mas a maioria era só atacar sem
parar e sem técnica alguma, esses eram fáceis de derrubar. Dividimos três para
cada um, no entanto, não conseguimos localizar o arqueiro que estava escondido
algures entre os arbustos.
Quando
conseguimos acabar com os lutadores, sem estar á espera o James derruba-me,
deitando-me ao chão e apanha com uma seta de raspão no abdómen. Vi o Shadow ir
atrás do arqueiro que faltava. Ajudei o James que, ao cair, para evitar que a
seta me acertasse, tinha também deslocado o ombro e eu não tinha força
suficiente para o pôr no lugar.
Ajudei-o
a sentar-se e vi a camisa ficar um pouco ensanguentada:
-
Está tudo bem. – Disse-me ele.
-
Sei que sim, foi só de raspão mas a ferida tem de ser limpa, e talvez tenha de
levar alguns pontos.
-
Não é nada, pode esperar até chegar a Stormhold.
- Não, não pode. Podes apanhar uma infecção, às vezes causam mais mortes que os
ferimentos em si.
- Eu
sei.
-
Então pronto. Deixa-me ajudar, não estás com medo pois não? – Brinquei.
- Medo? Acabei de me pôr na mira de uma seta, achas que tenho medo de
agulhas? – Respondeu confiante.
-
Bem, obrigado.
-
Não tens de agradecer.
Encostou-se
á árvore e deixou-me fazer o que tinha de ser feito. Levantei a camisa e tive
oportunidade de analisar o corpo perfeitamente esculpido, como qualquer
guerreiro teria, ele era um jovem forte e ágil. Estar tão perto de um homem em tronco nu deixou-me atrapalhada, mas lá arranjei a concentração necessária para
desinfectar a ferida, cozer e improvisar umas ligaduras com uma camisa extra
que tinha trazido no saco. Ajoelhei-me em frente a ele e limpei também
algum sangue que tinha na cara.
Nesse
momento, senti-me ceder por breves instantes. Aqueles olhos escuros fitavam-me
intensamente e aqueles lábios tentadores começaram, não a chamar, mas a berrar pela minha
atenção. Como podia sentir algo assim por alguém que mal conhecia? De onde vinha esta atracção esmagadora?
-
Estás a corar, sabias? – Perguntou, sabendo que ia deixar-me ainda mais
envergonhada.
-
Sim, eu sei disso.
-
Que honesta! – Riu. – Presumo que nunca estiveste com um homem…
-
Isso é pergunta que se faça a uma Lady? - Disse indignada.
-
Não precisas de ficar envergonhada. Eu próprio escolhi não me envolver
com uma mulher até encontrar a mulher certa, não quero descobrir que tenho
filhos por ai que desconheço, não quero que sejam bastardos. – Disse
honestamente.
-
Bem, é bom saber que ainda existem homens assim, são raros de encontrar,
mas aparentemente ainda existem…
-
Assim como tu não és como a maioria das mulheres, eu não sou como a maioria dos
homens! - Confirmou.
Adorei o conto! vc escreve muito bem...
ResponderEliminarestou te seguindo...
http://mulhersolteirahomemcasado.blogspot.com
Oi Isa, muito obrigado por seguir, ainda bem que gostou. Também estou seguindo o seu blog. =D
ResponderEliminar* Puxa! Tuas ideias se materializam numa escrita que flui tão naturalmente, que não parece ser uma história criada, mas fatos existentes, acontecimentos que se deram há um certo tempo.
ResponderEliminar* Me parece que James é a idealização de uma figura masculina para Belle, ou talvez para ti. Um homem atraente que decidiu se guardar para a mulher certa é algo quase utópico, mas apaixonante. Já estou torcendo para James e Belle!