Bruma, ou Radiant Garden, como lhe costumavam chamar, era a minha cidade. Para mim não havia outra mais bonita em todo o reino. Ficava exactamente no meio, dividindo o Norte e o Sul. O tempo aqui era como que uma Primavera ou um Outono intermináveis, nunca muito frio nem muito calor, era o paraíso. O tempo era sempre ameno. A cidade tinha os mais belos jardins, as mais belas fontes alguma vez construídas e edifícios majestosos. O imponente Castelo da nossa família ficava numa ponta da cidade, no cimo de uma colina, onde se podia ver toda a beleza de Bruma e um pouco mais além.
A floresta parecia tirada de um conto de fadas. Tinha as mais lindas flores, uma variedade de animais inigualável, riachos de água cristalina e árvores milenares. Era palco de uma data de histórias infantis e romances. Todas as cidades importantes do reino, pertencentes a casas nobres tinham florestas protegidas, míticas e sagradas, mas eu tenho o maior orgulho em dizer que a minha cidade e a minha floresta não tinham competição possível, nenhuma lhes chegava aos calcanhares.
O meu nome é Isabelle da casa dos Carvain, o meu pai é Lord Edward Carvain, Lord de Bruma. Pegadas difíceis de seguir, quando afastar-me de tudo o que é aristocracia, nobreza, casamentos planeados era o que mais quero… Eu quero viver a minha vida, á minha maneira, quero ter a liberdade de encontrar o amor, apesar de estar consciente que devido á posição da minha família, isso é pedir muito.
O sol estava a pôr-se e era tempo de ir para casa. Passei o dia todo fora, o que não agradava muito ao meu pai, ou á minha mãe, mas eles sabiam que não me podiam pedir que fosse de outra maneira. Tinha concordado em fazer o que me pedissem, desde que respeitassem o meu espaço. Tinha passado o dia a andar de cavalo, com a minha Ísis, era a minha grande companheira de aventuras.
Ao chegar ao castelo, enquanto tratava de pôr a Ísis no estábulo, vi a minha irmã Elizabeth correr na minha direcção, e vinha mais que entusiasmada:
- Belle, começa a fazer as malas, vamos para Stormhold.
- Quando?
- Não tenho a certeza, acho que vamos depois de amanhã. – Disse ela com entusiasmo.
- Porquê? – Perguntei curiosa.
- Não sei, o pai não disse. De qualquer das formas vou poder ver o Richard, isso é o mais importante… - Disse ficando imediatamente corada.
- Então isso é razão suficiente.
- Para mim é. – Admitiu.
- Se é para ti, também é para mim.
A Beth era a mais velha de nós com 22 anos, depois era eu com 20 e em último a Marianne com 11. A Beth era a herdeira, e de todas nós, era a que tinha os pés mais assentes na terra, não ousava meter-se em confusões, mas apesar de ser a mais certinha, era uma mulher apaixonada e sensível. A Marianne, a mais nova, era uma maria-rapaz, e metia-se em problemas e aventuras piores que as minhas.
Mesmo sendo todas diferentes e perderem a paciência comigo e com a Marianne, os nossos pais amava-nos com todo o seu coração. Amava-nos tanto que na maioria das vezes faziam o que achavam que era melhor para nós, e não o que nós achávamos ou o que era certo. Acho que esse era o seu maior defeito, amar-nos cegamente, uma característica comum de qualquer pai ou mãe.
Nessa noite recebemos a visita do Lord Blackwell, amigo de longa data do meu pai. Era um homem respeitável e um tanto autoritário, e o seu filho era exactamente como ele, mas por ser jovem era mais arrogante e convencido. O Andrew era um jovem atraente, contudo a sua arrogância era tanta que, para mim, tirava-lhe o encanto todo. No entanto era um dos jovens nobres mais cobiçados do reino. Jantaram connosco no grande salão e eu conseguia ver nos olhos do meu pai grandes planos que andava a magicar, pois eu sabia que já havia pensado na possibilidade de uma de nós casar com o filho de Lord Blackwell, não era nenhum segredo, seria uma grande honra para ele.
Depois de um banquete, o meu pai não se contentava com menos quando tínhamos convidados, ouvia-se o burburinho das conversas e a música das violas do grupo de artistas que estava a tocar no salão, e eu fiquei surpresa quando o Andrew veio ter comigo:
- Já não nos vemos há algum tempo Belle. – Disse tentando ser encantador.
- Isso é uma coisa má? – Perguntei num tom sarcástico.
- Tu e esse teu sentido de humor retorcido. - Criticou ele.
- Já me conheces, já devias saber.
Deu a volta á minha cadeira e sentou-se numa que estava vazia a meu lado:
- Tenho andado a pensar que devia começar a investir no meu futuro, visto que já sou um homem feito…
- E isso significa…? – Perguntei de sobrolho franzido.
- Que ando a pensar em casar e em filhos…
- Isso é assustador. – Brinquei eu.
Ele ficou muito sério com o comentário, percebi logo que não achou piada nenhuma á brincadeira.
- Quer dizer, isso é bom, certo?
- É, e também falei com o meu pai e contei-lhe sobre a minha vontade de casar contigo.
- O quê? Eu não tenho vontade nenhuma de casar, e muito menos contigo Andrew, por favor.
- Porquê? – Perguntou.
- É pouco óbvio? Não quero casar até encontrar o homem certo, e tu não és o homem certo, não para mim. Nunca nos demos bem, qual é o teu interesse agora?
- Não nos dávamos bem em criança, mas agora somos adultos, as coisas mudam. Temos de pensar no que é melhor para as nossas famílias.
- Sim, mas tu não mudaste. A minha resposta é não, é a única que te posso dar. – Disse determinada.
- Pensa nisso. Vais estar fora, vais ter tempo suficiente para pensar sobre o assunto. – Insistiu.
- Não tenho de pensar, já te respondi e não vou mudar de ideias.
Ele não ficou muito contente, acabou por se levantar e ir para perto do seu pai, talvez comunicar-lhe como tinha falhado no seu objectivo. Por mais amigos que fossem, os Blackwell tinham sempre algo na manga, já eram conhecidos por isso. O Andrew não conseguia esconder as suas segundas intenções como o pai, ele era um jovem muito impulsivo e fazia as coisas à sua maneira, fosse como fosse, independentemente dos meios para chegar aos fins. Umas das coisas que eu detestava no seu carácter.
Muito bom seu post parabens sucesso aí pra vc Joana Isabel me visite mais vezes seus comentarios são muito bem vindos
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grato
junior
Muito obrigado, também já estou seguindo a sua página, espero que tenha muito sucesso. Bjs
ResponderEliminarOlá parabens pelo post e pelo blog Joana obrigada pela sua visitas bjos e tenha uma maravilhosa semana querida
ResponderEliminarOi Jussara, muito obrigado, uma boa semana para você também. Bjs =D
ResponderEliminarOi :) Tenho a certeza que vai ser uma excelente história. Vou acompanha-la letra a letra :) Beijinhos
ResponderEliminarMuito obrigada Sandra, espero que gostes. Beijinhos =D
ResponderEliminarWow! Bastante cativante já de começo.
ResponderEliminar"Já não nos vemos há algum tempo Belle./Isso é uma coisa má?" hehe. Morri de rir com a cena. Já gostei da Belle de imediato.
Tua narrativa é bem eficiente no contar e na descrição. Me carregaste e, quando me dei por conta, já estava dentro do castelo dos Carvain e consegui ver toda sua pomposidade, mesas longas, candelabros, cortinas de veludo e lustres ricos em detalhes. Sem contar com a floresta estontante em sua fauna e flora. Obrigado, Joana!
Oi Jon, muito obrigado pelo comentário, fiquei ainda mais entusiasmada em continuar, ainda bem que gostou. Bjs =D
ResponderEliminarEu é que te agradeço pelo ótimo texto. Mas entendo o que ter um feedback renova as energias. Também escrevo histórias em meu blog, então há um empatia rsrs. Continue sim, o texto está bastante envolvente!
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