segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Um Sonho Ou Realidade - Cap 1

Bruma, ou Radiant Garden, como lhe costumavam chamar, era a minha cidade. Para mim não havia outra mais bonita em todo o reino. Ficava exactamente no meio, dividindo o Norte e o Sul. O tempo aqui era como que uma Primavera ou um Outono intermináveis, nunca muito frio nem muito calor, era o paraíso. O tempo era sempre ameno. A cidade tinha os mais belos jardins, as mais belas fontes alguma vez construídas e edifícios majestosos. O imponente Castelo da nossa família ficava numa ponta da cidade, no cimo de uma colina, onde se podia ver toda a beleza de Bruma e um pouco mais além.




A floresta parecia tirada de um conto de fadas. Tinha as mais lindas flores, uma variedade de animais inigualável, riachos de água cristalina e árvores milenares. Era palco de uma data de histórias infantis e romances. Todas as cidades importantes do reino, pertencentes a casas nobres tinham florestas protegidas, míticas e sagradas, mas eu tenho o maior orgulho em dizer que a minha cidade e a minha floresta não tinham competição possível, nenhuma lhes chegava aos calcanhares. 

O meu nome é Isabelle da casa dos Carvain, o meu pai é Lord Edward Carvain, Lord de Bruma. Pegadas difíceis de seguir, quando afastar-me de tudo o que é aristocracia, nobreza, casamentos planeados era o que mais quero… Eu quero viver a minha vida, á minha maneira, quero ter a liberdade de encontrar o amor, apesar de estar consciente que devido á posição da minha família, isso é pedir muito. 

O sol estava a pôr-se e era tempo de ir para casa. Passei o dia todo fora, o que não agradava muito ao meu pai, ou á minha mãe, mas eles sabiam que não me podiam pedir que fosse de outra maneira. Tinha concordado em fazer o que me pedissem, desde que respeitassem o meu espaço. Tinha passado o dia a andar de cavalo, com a minha Ísis, era a minha grande companheira de aventuras.

Ao chegar ao castelo, enquanto tratava de pôr a Ísis no estábulo, vi a minha irmã Elizabeth correr na minha direcção, e vinha mais que entusiasmada:

- Belle, começa a fazer as malas, vamos para Stormhold.
- Quando?
- Não tenho a certeza, acho que vamos depois de amanhã. – Disse ela com entusiasmo.
- Porquê? – Perguntei curiosa.
- Não sei, o pai não disse. De qualquer das formas vou poder ver o Richard, isso é o mais importante… - Disse ficando imediatamente corada.
- Então isso é razão suficiente.
- Para mim é. – Admitiu.
- Se é para ti, também é para mim.

A Beth era a mais velha de nós com 22 anos, depois era eu com 20 e em último a Marianne com 11. A Beth era a herdeira, e de todas nós, era a que tinha os pés mais assentes na terra, não ousava meter-se em confusões, mas apesar de ser a mais certinha, era uma mulher apaixonada e sensível. A Marianne, a mais nova, era uma maria-rapaz, e metia-se em problemas e aventuras piores que as minhas. 

Mesmo sendo todas diferentes e perderem a paciência comigo e com a Marianne, os nossos pais amava-nos com todo o seu coração. Amava-nos tanto que na maioria das vezes faziam o que achavam que era melhor para nós, e não o que nós achávamos ou o que era certo. Acho que esse era o seu maior defeito, amar-nos cegamente, uma característica comum de qualquer pai ou mãe.

Nessa noite recebemos a visita do Lord Blackwell, amigo de longa data do meu pai. Era um homem respeitável e um tanto autoritário, e o seu filho era exactamente como ele, mas por ser jovem era mais arrogante e convencido. O Andrew era um jovem atraente, contudo a sua arrogância era tanta que, para mim, tirava-lhe o encanto todo. No entanto era um dos jovens nobres mais cobiçados do reino. Jantaram connosco no grande salão e eu conseguia ver nos olhos do meu pai grandes planos que andava a magicar, pois eu sabia que já havia pensado na possibilidade de uma de nós casar com o filho de Lord Blackwell, não era nenhum segredo, seria uma grande honra para ele.

Depois de um banquete, o meu pai não se contentava com menos quando tínhamos convidados, ouvia-se o burburinho das conversas e a música das violas do grupo de artistas que estava a tocar no salão, e eu fiquei surpresa quando o Andrew veio ter comigo:

- Já não nos vemos há algum tempo Belle. – Disse tentando ser encantador.
- Isso é uma coisa má? – Perguntei num tom sarcástico.
- Tu e esse teu sentido de humor retorcido. - Criticou ele.
- Já me conheces, já devias saber.

Deu a volta á minha cadeira e sentou-se numa que estava vazia a meu lado:

- Tenho andado a pensar que devia começar a investir no meu futuro, visto que já sou um homem feito…
- E isso significa…? – Perguntei de sobrolho franzido.
- Que ando a pensar em casar e em filhos…
- Isso é assustador. – Brinquei eu.

Ele ficou muito sério com o comentário, percebi logo que não achou piada nenhuma á brincadeira.

- Quer dizer, isso é bom, certo?
- É, e também falei com o meu pai e contei-lhe sobre a minha vontade de casar contigo.
- O quê? Eu não tenho vontade nenhuma de casar, e muito menos contigo Andrew, por favor.
- Porquê? – Perguntou.
- É pouco óbvio? Não quero casar até encontrar o homem certo, e tu não és o homem certo, não para mim. Nunca nos demos bem, qual é o teu interesse agora?
- Não nos dávamos bem em criança, mas agora somos adultos, as coisas mudam. Temos de pensar no que é melhor para as nossas famílias.
- Sim, mas tu não mudaste. A minha resposta é não, é a única que te posso dar. – Disse determinada.
- Pensa nisso. Vais estar fora, vais ter tempo suficiente para pensar sobre o assunto. – Insistiu.
- Não tenho de pensar, já te respondi e não vou mudar de ideias.

Ele não ficou muito contente, acabou por se levantar e ir para perto do seu pai, talvez comunicar-lhe como tinha falhado no seu objectivo. Por mais amigos que fossem, os Blackwell tinham sempre algo na manga, já eram conhecidos por isso. O Andrew não conseguia esconder as suas segundas intenções como o pai, ele era um jovem muito impulsivo e fazia as coisas à sua maneira, fosse como fosse, independentemente dos meios para chegar aos fins. Umas das coisas que eu detestava no seu carácter.

9 comentários:

  1. Muito bom seu post parabens sucesso aí pra vc Joana Isabel me visite mais vezes seus comentarios são muito bem vindos

    http://juniorcis.blogspot.com
    http://junior-juniorcis.blogspot.com

    grato

    junior

    ResponderEliminar
  2. Muito obrigado, também já estou seguindo a sua página, espero que tenha muito sucesso. Bjs

    ResponderEliminar
  3. Olá parabens pelo post e pelo blog Joana obrigada pela sua visitas bjos e tenha uma maravilhosa semana querida

    ResponderEliminar
  4. Oi Jussara, muito obrigado, uma boa semana para você também. Bjs =D

    ResponderEliminar
  5. Oi :) Tenho a certeza que vai ser uma excelente história. Vou acompanha-la letra a letra :) Beijinhos

    ResponderEliminar
  6. Muito obrigada Sandra, espero que gostes. Beijinhos =D

    ResponderEliminar
  7. Wow! Bastante cativante já de começo.
    "Já não nos vemos há algum tempo Belle./Isso é uma coisa má?" hehe. Morri de rir com a cena. Já gostei da Belle de imediato.
    Tua narrativa é bem eficiente no contar e na descrição. Me carregaste e, quando me dei por conta, já estava dentro do castelo dos Carvain e consegui ver toda sua pomposidade, mesas longas, candelabros, cortinas de veludo e lustres ricos em detalhes. Sem contar com a floresta estontante em sua fauna e flora. Obrigado, Joana!

    ResponderEliminar
  8. Oi Jon, muito obrigado pelo comentário, fiquei ainda mais entusiasmada em continuar, ainda bem que gostou. Bjs =D

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Eu é que te agradeço pelo ótimo texto. Mas entendo o que ter um feedback renova as energias. Também escrevo histórias em meu blog, então há um empatia rsrs. Continue sim, o texto está bastante envolvente!

      Eliminar