domingo, 19 de julho de 2015

O Peso do Destino - Cap 50 - Final

o peso do destino, fanfic, dark hunters, escrita criativa, contos, historias,Pensei que o melhor local para encontrar toda a gente seria no Santuário e acertei em cheio. Até pareceu que tinham previsto a minha visita. Como sempre, assim que entrei, todas as atenções se viraram para mim, mas agora não era uma coisa de carácter físico ou a simples atracção habitual que despertava nas pessoas. Era um pouco disso, mas também um grande respeito, admiração. Não sentia que me viam como uma ameaça, mas como alguém com quem não seria sensato brincar.



À medida que ia passando, as pessoas afastavam-se abriam caminho para mim, olhavam-me com uma certa reverência, era estranho, no entanto eu estava consciente que a partir de agora esta reacção seria normal. Era a mesma reacção que as pessoas tinham na presença do Ash.

Antes de ir para a habitual zona privada, passei no bar onde o Dev me recebeu com um sorriso aberto.

- Tiraste umas férias foi? - Brincou ele.

- Sim, precisei de descanso.

- Para te habituares ás mudanças? Estou autorizado a falar contigo neste tom, ou estou a arriscar o meu pescoço? - Perguntou curioso.

- Que mudanças? Nada mudou, eu continuo a mesma pessoa, só com um pacote de poderes e responsabilidades mais exigentes. Somos amigos, nada vai mudar isso Dev. - Assegurei.

- É bom saber isso, fico contente que estejas bem.

Agarrei na bebida e dirigi-me á zona onde era esperada por amigos. Eles tinham-me visto entrar, e agora ao aproximar-me os olhares curiosos comiam-me viva. Olhando especialmente para os meus olhos e para a minha marca. Subi o pequeno lance de escadas e a sensação de ver aquelas caras conhecidas aqueceu o meu coração. O Julian apressou-se a abraçar-me.

- Tive saudades tuas mana, não sabia ao certo quando voltarias.

- Estou aqui.

- Está tudo bem? - Perguntou ele no seu habitual tom de preocupação.

- Sim, não podia estar melhor. - Confirmei.

- O que aconteceu aos teus olhos?

- Efeito secundário dos meus novos poderes. - Disse, olhando para o Ash.

- Se um de vocês já era assustador, dois então... Devo preocupar-me? - Brincou, fingindo ter receio, mas percebendo a minha ligação com Ash.

- É melhor ainda, e não precisas de te preocupar. - Respondi na brincadeira.

- Que noticias trazes?

Nesse momento as conversas param e todos focaram a sua atenção em mim. Ash encontrava-se sentado numa mesa, e eu nem consegui encontrar palavras para descrever o seu olhar.

- Novidades? - Fingir pensar durante uns segundos. - Como podem ver a gerência mudou, finalmente.

- O que queres dizer com isso? - Perguntou o Talon.

- Artémis não existe mais, eu assumi o seu lugar, os seus poderes e os seus Predadores. - Disse sem conseguir esconder um sorriso.

- Isso são excelentes noticias. - Disse o Kyrian, e todos concordaram.

- Também acho que sim, poderei finalmente fazer justiça e apoiar todos aqueles que ela ignorou e falhou em ajudar.

- Ficaremos em boas mãos, tenho a certeza disso. - Concordou Valérius.

- Já era tempo de dar um chuto no rabo daquela desgraçada. - Disse o Sin.

- Farei o meu melhor. - Disse com toda a sinceridade.

- Como ficaram as coisas no Olimpo? Se estás aqui é porque eles cederam. - Perguntou Julian.

- Eles não nos vão incomodar, concordaram com os meus termos de paz, e sabem o seu lugar. Sabem perfeitamente bem que alguma asneira contra nós é inútil.

Eles não perguntaram, mas também não era necessário. Acho que era perceptível para todos que comigo e com Ash na liderança, éramos intocáveis. Todos eles confiavam em mim, em nós e estas mudanças eram as melhores noticias que recebiam desde algum tempo.

- Mas nada disso me vai impedir de te roubar para umas quantas danças! - Afirmou o Nick, deixando a Mira e me arrastando para a pista. - Já tinha saudades disto, e de ti claro. - Brincou.

- Fico contente que isso não tenha mudado, és dos melhores parceiros de dança que já tive. - Respondi também na brincadeira.

Enquanto dançava com Nick, sentia o olhar de Ash fixo em mim, apesar de não olhar para ele directamente, conseguia sentir. O seu estado de espírito estava perturbado, sentia um misto de alegria, preocupação, paixão e sobretudo fome. Fome de carinho, de amor, de desejo e luxúria, e fome de sangue, de alimento. Era claro como a água que ele sentia a minha falta, tanto como eu havia sentido a sua todos estes dias.

Quando o Nick acabou de satisfazer toda a sua necessidade acumulada de dançar, fui para perto de Grace e das meninas, mas pouco depois Vane apareceu a meu lado.

- Posso falar contigo? - Pediu educadamente.

- Claro. - Concordei.

- Em privado. - Insistiu.

Afastei-me para termos um pouco de privacidade, não sabia o que Vane queria de mim, mas a sua expressão de preocupação era notável.

- O que se passa? - Perguntei intrigada.

- Só quero saber se realmente está mesmo tudo bem contigo, quero dizer, passaste por muita coisa nestes últimos dias, mudanças trágicas... - Diz ele.

- Eu sei, nestes últimos dias as coisas deram uma grande volta, mas sinceramente acho que para melhor e eu estou pronta para o que der e vir, podem contar com isso.

- Nós confiamos em ti e no Ash, e podem ter a certeza que também estamos aqui para vocês.

- Obrigada Vane.

- Se realmente está tudo bem, eu acredito na tua palavra. Fico feliz por ti, por todos nós, por tudo o que fizeste pelos Predadores, acho que falo por todos quando digo que nos devolveste a esperança e força para continuar a lutar. - Confirmou o Vane.

- Não vou ser como a Artémis, refugiar-me no meu templo, fazer de vocês escravos, não me interessar pelos vossos problemas. E sabes bem que se for para lutar, vou estar ao vosso lado a lutar sempre, nunca vos abandonarei. - Assegurei, confiante.

- Uma nova Era para os Predadores acabou de começar. - Diz ele animado e cheio de esperança.

- Nova e sem precedentes, agora sim vamos mostrar quem manda aqui. - Brinquei.

- Estou a ver que vai acabar por ser aborrecido, ninguém nos vai fazer frente. - Responde ele, com cara de tédio.

- És difícil de satisfazer. Queixavam-se que as coisas estavam caóticas antes, agora queixam-se que vai ser monótono porque está tudo bem... - Disse na brincadeira, fingindo sentir-me frustrada.

Ele olhou em volta, muito discretamente e depois fitou-me com um sorriso tímido.

- Podias-me ter dito.

- O quê?

- Que o outro homem na tua vida era o Ash, eu teria compreendido.

- Ah sim, o que o faz diferente dos outros?

- Porque sempre desconfiei que ele passava um mal bocado nas mãos de Artémis, compreendo o porquê de te afastar, ele queria proteger-te. O que quer que seja que ele tenha feito, foi justificado.

- Não sabia que vocês os dois eram BFF. - Brinquei.

- Não BFF, nunca o irei perdoar por te roubar de mim...

- Vane... - Comecei eu.

- Estou a brincar. - Confirmou ele. - Ainda não te disse mas conheci uma mulher, ela chama-se Bride.

- Eu sei, disse-te que ia acontecer em breve. - Pisquei-lhe o olho.


Ele abraçou-me, deu-me um beijo na testa e afastou-se com um sorriso. Nem se passou sequer um minuto até o Ash resolver agir e aparecer ao meu lado. Eu vi ele aproximar-se, silencioso como um predador, com o seu típico andar sedutor. Encostou-se ao parapeito de ferro a meu lado e finalmente trocámos as primeiras palavras da noite.

- Está tudo bem?

- Sim.

- O que queria o Vane? - Perguntou intrigado.

- Como tu, só queria saber se estava tudo bem.

- Hun...compreendo.

- Não precisas fingir que não ouviste a conversa Ash... - Disse-lhe na cara.

- Eu não ouvi a vossa conversa, só umas palavras.

- Claro que não ouviste.

- Só ouvi ele dizer que tinhas um homem na tua vida. - Disse, confrontando-me discretamente.

- Antes de assumir esta posição tinha, agora tenho vários homens na minha vida. Queres uma bebida? Parece mesmo que precisas de uma. - Disse, desconversando e provocando ao mesmo tempo.

- Claro, estou sedento... - Respondeu á minha provocação.

- O que queres? Uma cerveja? - Não cedi á sua pressão.

- Não era exactamente isso que eu estava á espera, mas pode ser, eu sou paciente. - Confirmou, fitando-me.

- Mas eu não.

Equilibrei-me nas pontas dos pés, aproximei-me dele sem lhe tocar e depositei um beijo nos seus lábios. Apesar de gentil, foi profundo, intenso. Não foi preciso mais para ficar com a respiração acelerada. Quando me afastei, apercebi-me de um súbito silêncio á nossa volta. Naquela zona reservada para o nosso grupo, só consegui distinguir sorrisos, cotoveladas e olhares chocados. Até mesmo o Ash tinha sido apanhado de surpresa.

- Sabes onde me encontrar. - Disse-lhe antes de desaparecer.

Decidi ficar pelo meu apartamento, o templo apesar de remodelado podia despertar lembranças infelizes, e eu sabia que o Ash não tardava em aparecer. E como estava certa. Numa questão se poucos minutos ele apareceu ali no meio da sala. Uma grande nostalgia abateu-se sobre mim, recordando aquele nosso primeiro beijo, aquele primeiro deslize decisivo.

- Porque fizeste aquilo? - Perguntou ele animado.

- Porque posso. - Respondi sem vergonha.

- Só porque podes, não quer dizer que devas.

- Isso quer dizer que não devia ter feito?

- Se achaste que o risco valia a pena...

- O que queres dizer com isso Ash?

- Eu disse-te que estava sedento... - Diz ele aproximando-se.

- Se precisas de te alimentar, estás á vontade. - Afirmei, inclinando o pescoço, encorajando-o.

- Porque motivo decidiste tu tomar este fardo nas tuas mãos? Será que fazes ideia do que esta ligação significa? Estás ligada a mim Eva, é mesmo isso que queres? - Perguntou finalmente.

- Pensei que já tivesses percebido o porquê. Sempre pensei ser aquele tipo de pessoa capaz de proteger as pessoas que amo. Mas só depois de apareceres na minha vida é que consegui apurar a verdadeira extensão do que seria capaz de fazer e descobri que faria qualquer coisa. - Revelei.

- Serei eu merecedor do teu sacrifício?

- Para mim, para te ver livre, feliz, não é nenhum sacrifício.

- Quando finalmente percebi o que tinhas feito, pensei que o tivesses feito a pedido desesperado da minha mãe, mas ela disse-me que foi de livre vontade. Nunca ninguém fez tanto por mim como tu, um sacrifício tão grande e eu questionei-me se era merecedor disso, merecedor de ti. - Esclareceu, expondo os seus medos.

- Não há ninguém mais merecedor.

- Sabes, só há pouco tempo consegui entender esta nossa ligação, esta cumplicidade, o desejo de te ter por perto, a preocupação, o carinho, o desejo de ti.

- E a que conclusão chegaste? - Perguntei ansiosa pela resposta.

- Acredito que ficaste com o meu coração nas tuas mãos, logo naquela primeira noite em que nos encontrámos na rua, eu fiquei confuso, comecei a questionar tudo o que conhecia. Não sabia o porquê de me sentir assim, porque nunca amei realmente ninguém antes, não este tipo de amor. - Revelou timidamente.

- E como podes ter a certeza que é amor agora?

- Porque o que sinto agora, o que sinto por ti, não consigo descrever, não existem palavras suficientes para o definir. É assustador, esmagador, grandioso. Eu sinto uma felicidade extrema mas um medo terrível em igual proporção.

- Podes sempre resumir isso tudo em menos palavras. - Encorajei-o.

- Sim, posso simplesmente dizer que te amo. Deixei-te ir uma vez, um erro imperdoável que não voltarei a cometer.

Ele colocou o braço á volta da minha cintura e levou-me para o seu palácio, Katoteros. A nossa indumentaria mudou, eu estava usando a minha camisa de dormir de seda e alças e ele apenas um par de calças. Quando percebi que ele estava a tentar recriar a noite em que o nosso primeiro beijo foi interrompido, o meu coração incendiou-se. Pelo que pude perceber, estava nos seus aposentos.

- Esta é a primeira vez que visito a tua casa e tu trazes-me logo directamente para o quarto. - Brinquei.

- Nós temos assuntos pendentes a tratar...

- Não percebo nada disto, queres alimentar-te? Vais ter de me guiar. - Disse, um pouco perdida.

- Não precisas de te preocupar, vou mostrar-te exactamente como se faz... - Disse com um sorriso maroto.

Ash beijou-me gentilmente, sentou-se á beira da cama e puxou-me pela mão para me sentar no colo dele. Havia imaginado, ansiado por este momento, mas agora sentia-me pateticamente nervosa. Sentei-me com as as penas á volta da sua cintura e senti a excitação aumentar desenfreadamente. 

O seu beijo era doce, e em pouco tempo tornou-se intenso, selvagem, ele agarrava-me firmemente, como se estivesse com medo que eu fosse escapar, ou que fossemos interrompidos uma segunda vez.

- Não fazes ideia do quanto te quero Eva, tenho imaginado isto vezes sem conta na minha cabeça, desde a noite em que te conheci. - Revelou entre dentes, com a voz rouca.

- Faço sim, porque imaginei isto tantas vezes como tu. - Respondi sem pudor.

Ele fez deslizar as alças da camisa de noite pelos meus ombros, e ela deslizou até á minha cintura. Devia ter-me sentido exposta, nua, mas não. Afastei-me para trás ligeiramente, abri os botão das suas calças e puxei o fecho. Finalmente, num único e desesperado movimento éramos agora um. Nunca tinha sentido tão grande felicidade, plenitude na minha vida, naquele momento sentia-me completa.
Enquanto fazíamos amor, o Ash mordiscou levemente o meu pescoço para preparar terreno, e em seguida com muito cuidado as suas presas perfuraram a minha pele. Não era a primeira vez que estava com um homem, mas este tipo de prazer, de êxtase era algo novo para mim. Sem nos separar-mos ele ensinou-me a alimentar-me dele. 

- És minha, para sempre. - Disse ele, com orgulho, fitando-me.

- Sim, sou tão tua como tu és meu. - Confirmei sorrindo e tomando-lhe os lábios com os meus.

Tirando a parte física, esta tinha sido a experiência mais poderosa e intensa pela qual tinha passado. Em pouco tempo, atingimos o clímax juntos, mas aquela noite estava longe de terminar, se dependesse de mim não terminaria, porque o amor que sentia por este homem, o amor que nos unia, não tinha fim.

1 comentário:

  1. Muito bom o texto, se puder siga http://universodosuspense.blogspot.com/

    ResponderEliminar